Defesa de Beto Richa afirma que suspeitas já foram esclarecidas

Governador do Paraná, Beto Richa concede entrevista.
Foto: Jane de Araújo /Agência Senado

Em nota enviada a jornalistas, os advogados do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), questionaram a prisão em caráter preventiva do tucano. Richa foi detido na manhã de hoje (25), em Curitiba, por suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa na concessão de rodovias estaduais.

Segundo a defesa de Richa, os fatos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) no pedido de prisão preventiva acolhido pelo juiz federal substituto Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Federal de Curitiba, são “antigos”.

Os advogados sustentam que os fatos apresentados pelos procuradores da República foram devidamente esclarecidos, “não restando qualquer dúvida quanto à regularidade de todas as condutas praticadas” pelo ex-governador, no exercício de suas funções.

“Mais que isso. Os fatos ora invocados já foram anteriormente utilizados, na decretação das medidas cautelares expedidas contra o ex-governador”, sustenta a defesa, referindo-se ao primeiro mandado de prisão preventiva cumprido contra Richa, em setembro de 2018, quando o ex-governador passou menos de três dias no Regimento da Polícia Montada, da Polícia Militar, em Curitiba.

“Cumpre registrar que o Supremo Tribunal Federal, ao julgar referidas medidas, reconheceu a flagrante ilegalidade na ordem prisão decretada [em setembro]”, acrescentam os advogados, argumentando que a nova prisão, hoje, “afronta o quanto decidido pelo STF com o evidente objetivo de desrespeitar os julgamentos proferidos pela Suprema Corte, sobre o tema”, tendo baseado-se em “ilações do MPF, exclusivamente suportadas em falsas e inverídicas informações prestadas em sede de colaboração premiada, por criminosos confessos”.

Também a pedido do MPF, o juiz Paulo Sérgio Ribeiro autorizou a prisão preventiva de Dirceu Pupo Ferreira, contador da empresa da ex-primeira dama Fernanda Richa. Ferreira é apontado como “homem de confiança da família e administrador das empresas Ocaporã e BFMAR, ambas da família Richa e alvos da Operação Integração – uma fase da Operação Lava Jato deflagrda em fevereiro de 2018 para apurar suspeitas de irregularidades nos contratos de concessões de rodovias.

Segundo o MPF, há indícios de que André Richa, um dos filhos do ex-governador, foi beneficiado com pelo menos R$ 2,5 milhões em dinheiro vivo, usados para a aquisição de, pelo menos, três imóveis registrados em nome de uma empresa pertencente a Fernanda Richa.

A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Dirceu Pupo Ferreira. Já os advogados de Fernanda Richa seguem, em nota, a mesma linha apresentada pelos advogados do ex-governador.

“A operação federal desencadeada hoje baseia-se em fatos antigos e já esclarecidos na investigação estadual do GAECO. Há evidente conflito entre as duas investigações que versam sobre os mesmos fatos”, comentam os advogados, sustentando que a empresa Ocaporã nunca foi administrada formal ou informalmente por Carlos Alberto Richa.

“Não há qualquer fato que ligue a empresa ou seus sócios a qualquer fato ilícito sob investigação. Fernanda e André Richa estão, como sempre estiveram, à disposição da justiça, do Ministério Público e da polícia. É notório, inclusive, que ambos já prestaram depoimentos e responderam a todos os questionamentos que lhes foram feitos”, acrescentam os advogados.

Fonte: Agência Brasil

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