O deputado colorado Ulises Quintana, acusado de favorecer o traficante Reinaldo Javier Cabaña Santa Cruz, o Cucho, que se considerava o “Pablo Escobar de Ciudad del Este”, já está recolhido em prisão preventiva no presídio militar Viñas Cué, em Assunção.
Quintana é suspeito de cúmplice no tráfico de drogas, de tráfico de influência, associação criminosa, enriquecimento ilícito e lavagem de dinheiro. O nome dele apareceu durante a operação montada para desbaratar a quadrilha de Cucho, em Ciudad del Este.
Numa gravação feita pelos agentes da Secretaria Nacional Antidrogas, Cucho conversa com o deputado para acertar com policiais a liberação de um sócio do traficante que portava US$ 190 mil para a compra de cocaína.
O juiz penal de garantias Rubén Ayala Brun determinou a prisão sob o argumento de que haveria risco de fuga do deputado, que só se apresentou à Justiça nesta sexta, 21, último dia do prazo estabelecido.
O juiz disse ainda que o deputado ficará em dependência militar porque a penitenciária nacional de Tacumbú está superlotada e a de Emboscada não oferece garantias suficientes.
“Cidadão honesto”
Na audiência à Justiça, hoje, Ulises Quintana disse que é um cidadão honesto e qualificou como perseguição política a fiscalização levada a cabo pela promotoria e pelo Ministério Público.
A promotoria diz que a atuação principal do deputado dentro da organização criminosa era impedir que as autoridades de segurança atrapalhassem as atividades ilícitas.
Quintana não nega que recebeu apoio logístico do traficante Cucho durante sua campanha eleitoral, mas assegurou que desconhecia que ele era traficante.
O advogado do deputado, Alvaro Arias, considerou exagerada a imputação contra seu cliente, levando em conta as evidências apresentadas pela polícia. Segundo ele, nada comprova que haja cumplicidade de Quintana com o tráfico de drogas.
Sobre as ligações telefônicas interceptadas, minimizou dizendo que, sendo deputado, nada impediria que Quintana chamasse um policial para interceder no sentido de liberar o dinheiro de um dos supostos sócios de Cucho.
A megaoperação da Secretaria Nacional Antidrogas em Ciudad del Este e região, chamada “Berilo”, até agora já resultou na detenção de mais de 30 pessoas, entre elas oito policiais, e na apreensão de drogas, dinheiro vivo, mansões e veículos de luxo.
Fontes: ABC Color e Última Hora