Desabafo inútil
*Por Carlos Roberto de Oliveira
Para não se deixar contaminar, e não que o fosse por algum tipo de vírus, algo tão em moda atualmente, mas, sim, pelas muitas sandices a que se obrigava em ouvir, ver e ler, optou por um período de isolamento, na busca de alguma orientação que o levasse a tentar entender o que estava se passando, pois o momento se apresentava muito confuso.
Se em tempos outros a alienação era forjada de uma forma sutil, atualmente se tornou escancarada e se dissemina sem pudor, tendo como agente gerador a estupidez reprimida que, diante da aceitação de um comportamento determinado pela superficialidade, encontra espaço para expor sua mediocridade.
E desta sua discordância em não aceitar argumentações vazias e determinadas por ações e sentimentos raivosos, humildemente recorria a um velho amigo, um tanto marginalizado e que, embora não dizendo nem sim nem não, conseguia, porém, com o seu mutismo, transmitir-lhe a orientação necessária, e pelo livre arbítrio, a melhor compreender a miséria humana.
Este personagem se materializava no livro.
Por outro lado, e não tendo como ser o contrário, até por uma questão de coerência, em seu canto, sozinho bebericando uma cachacinha, ouvia alguém a berrar, com a desfaçatez inerente a tipos como aquele, que se receptivo em sua proposição, a carne, a cerveja e o pagode seriam não só indispensáveis como acessíveis a todos.
E assim se manifestando, sorridente e feliz, brindou a todos e se foi, certo de que a carne, a cerveja e o pagode o esperavam …
*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu