Do Jornal de Itaipu: o causo do cinzeiro de motel

"Ela já conhecia o motel... e não foi comigo!"

Reprodução do Jornal da Itaipu de 1998 com a foto do autor do causo.

O causo foi publicado no Jornal de Itaipu, na edição nº 110, de outubro de 1998, cuja redação era formada pelos jornalistas: Helio Teixeira, Maria Auxiliadora A. dos Santos, Cláudio Dalla Benetta, Heloisa Covolan e Vinicius Ferreira, com fotos de Caio Coronel, Júlio César Souza e ilustração de Noviski.

O texto foi enviado à redação do jornal por Nelson Stelmasuk, na época vice-superintendente de Orçamento e Contabilidade da Itaipu. É ele quem aparece na foto da página do jornal reproduzida acima.

Vamos ao causo.

Dona Romilda era uma mulher muito bonita, nos seus 37 anos, cabelos morenos compridos e ondulados. Às vezes ela ia ao escritório da Itaipu, em São Paulo, para resolver algum assunto com o marido, dr. Alcebíades.

Numa dessas visitas, ao entrar na sala do marido, vê sobre uma mesa um cinzeiro e, irrita[1]da, começa a despejar impropérios sobre ele:

– Você não presta, não vale nada. Como pode fazer uma coisa dessas comigo?

E vai por aí afora, xingando, até bater a porta e sair sem dizer “tchau”.

Dr. Alcebíades ficou parado, atônito, sem nada dizer. Aí, olhou para o cinzeiro e chamou a secretária.

– Dona Rose, que cinzeiro é este?

Meio sem jeito, ela explicou:

– Sabe, dr. Albebíades, é que ontem estive num motel com meu… namorado. Achei esse cinzeiro bonito e resolvi trazê-lo para substituir o seu, que estava muito velho.

– Mas veja o que a sra. me arrumou! Minha mulher pensa que eu é que estive num motel e me deu a maior bronca.

– Mas, dr. Alcebíades, no cinzeiro não há nada que diga que é um motel. Só diz “Ma Belle”.

– Sabe que a sra. tem razão? Como ela sabia que era um motel? Ela já conhecia o motel… e não foi comigo!

Quando chegou em casa, foi a vez do dr.  Alcebíades esbravejar:

– Quem não presta e não vale nada é você!

Como você sabia que o cinzeiro sobre minha mesa era de motel?

– Que cinzeiro de motel? – retrucou dona Romilda.

– Eu só disse tudo aquilo porque você teve um enfarte e prometeu que nunca mais ia fumar. E o cinzeiro estava cheio de

pontas de cigarro.

De repente, desconfiada, a mulher se lembrou:

– Mas que história é essa, agora, de você ficar levando lembrancinha de motel para o seu escritório?

Aí, a coisa complicou. No dia seguinte, a secretária foi mandada embora.

Uns dizem que por causa da confusão. Outros, porque estava traindo o dr. Alcebíades com o… namorado.

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