Agora é assim, na Argentina: toda pessoa com mais de 18 anos é automaticamente doadora de órgãos, a não ser que se manifeste contrariamente em vida.
Não é preciso mais autorização dos familiares para a retirada dos órgãos.
A chamada “Lei Justina” foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Deputados, na quarta-feira (4).
O nome da lei é em homenagem a Justina Lo Cane, uma menina de 12 anos que morreu em novembro de 2017 enquanto aguardava por um transplante de coração.
A família de Justina promoveu uma campanha nas redes sociais para chamar a atenção da sociedade argentina para a falta de doadores no país.
De acordo com os últimos dados, cerca de 11 mil pessoas aguardam por um transplante, na Argentina, doa quais cerca de 250 são crianças.
Justina
O caso de Justina Lo Cane comoveu os argentinos. Ela nasceu com um defeito congênito no coração e ficou na fila de espera de uma doação, ao longo de 2017.
Durante os quatro meses em que encabeçou a lista de espera de transplantes, seu caso inspirou um recorde de inscrição de doadores de órgãos. Mas o coração novo nunca chegou, e ela morreu em 22 de novembro.
No entanto, graças a Justina, as milhares de pessoas que estão na lista de espera têm mais possibilidade de sobrevivência.
E graças aos pais dela, que fizeram uma campanha para doação obrigatória por lei, os deputados aprovaram a Lei Justina.
A mãe de Justina, Paola, comemorou, entre lágrimas: “Eu sei que ela me abraça e diz: ‘eu consegui, mamãe'”.
“Hoje transformamos a dor em alegria, embora não seja fácil viver com a sua ausência.”