É uma história real, de amor entre mãe e filha. A autora, a curitibana Larissa Ribeiro, conta como seu mundo mudou ao encontrar-se com o mundo de Aline, hoje com 21 anos, que tem síndrome de autismo.
“Quando decidi ser mãe, eu achei que a ordem natural era eu ensinar minha filha, mas, diante da realidade do autismo, eu me sentei no banco de aluna, para aprender com a minha ‘encantadora de pessoas’”, conta Larissa.
E complementa: “O autismo traz uma peculiaridade de lisura, de finesse de caráter”.
De mãe protetora, Larissa foi ressignificando seus conceitos, valores e forma de ver o mundo, do quanto estava disposta a fazer a entrega de si mesma.
“Só foi possível transformar essa história em livro pelos capítulos que foram formados pela nossa convivência.”
O livro surgiu há sete anos. Se ela teve dúvidas para escrever? Claro, foram muitas. Mas o grande incentivo da família e dos amigos fez com que ela superasse o medo.
Em um dos episódios marcantes do livro, Larissa conta que chegou a ser expulsa de uma panificadora, em Curitiba, porque “estava incomodando os fregueses”.
A reação agressiva de um dos clientes do estabelecimento foi um marco divisor na vida de Larissa que, a partir dali, sabia que nunca mais aceitaria passar por uma situação dessas.
A força veio da maturidade, de estar disposta e fortalecida para combater o preconceito de uma sociedade pouco preparada para lidar com o diferente.
Mas o livro não trata de lamúrias, o grande legado que sua leitura deixa é mesmo o da premissa de que o amor vence tudo. Se não é pela dor, é pelo amor.