Dólar alto, lojas francas: crise em Ciudad del Este também dá espaço a otimismo

Foto: Laurent Jégou\Commons.Wikimedia

A nova ministra de Indústria e Comércio do Paraguai, Liz Cramer, prometeu fortalecer a competitividade do comércio de fronteira, para fazer frente à iminente instalação das free shops no lado brasileiro.

O titular da Federação das Câmaras de Comércio, Juan Santamaría, disse que a ideia é impulsionar o turismo de compra e incentivar outros negócios em Ciudad del Este.

O problema do comércio de Ciudad del Este, agora, se agravou com a alta do dólar no Brasil, que ultrapassou a barreira dos R$ 4,00, tanto por fatores internacionais quanto pela situação política do País.

Em relação às questões internas, o que assusta os investidores é a hipótese de que vença ou a esquerda (Lula, mesmo fora, tem quase 40% da preferência do eleitorado) ou a extrema direita (Bolsonaro fica em primeiro, sem a presença de Lula).

Segundo matéria do jornal Gazeta Diário, os comerciantes de Ciudad del Este a queda nas vendas já pode ter chegado a 50%, o que resultou em demissões – estimadas em 5 a 7 mil.

Os números, como quase tudo o que se refere ao lado paraguaio da fronteira, baseiam-se um pouco em previsões e um outro tanto em “chute”, mas certamente a crise está forte.

A presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social de Ciudad del Este (Codeleste), Linda Taijen, disse ao Gazeta Diário que as filas que se formam diariamente na BR-277 são ilusórias, não significam que o comércio esteja vendendo bem.

“Muitos turistas vêm até nosso país para conhecer, assim como vão para a Argentina”, disse. Isto é, vão, olham e, se compram, é pouca coisa.

Otimismo

Em relação às lojas francas em Foz, ela é otimista, e acha que isso pode se refletir positivamente em Ciudad del Este e em todos os comércios da tríplice fronteira.

‘Vai depender muito de como nós nos organizarmos aqui, de sermos independentes”, disse ao jornal. Ela destacou, nesse sentido, a medida da Receita Federal que não restringiu a cota de compras no Paraguai.

“Brasil e Paraguai se complementam. As lojas francas não serão uma coisa negativa. A Receita Federal fez um trabalho muito minucioso e que vai ser, com o tempo, aperfeiçoado”, afirmou.

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