Estava tudo certo: quase metade dos R$ 110 milhões previstos garantida no orçamento (desde o final de 2017); e ainda veio até ministro pra assinar papéis e oficializar a intenção do governo de duplicar a BR-469, a Rodovia das Cataratas.
Só faltou uma coisa: combinar com os caminhoneiros pra não pararem o país. Mas eles pararam.
E aí, pra cobrir o rombo dos US$ 0,46 que a Petrobras dará de desconto no diesel, o governo vai precisar de dinheiro. Mais impostos, os deputados não aprovam. Mexe daqui, mexe dali, pra fechar os R$ 9,5 bilhões, foi preciso reonerar alguns setores e reduzir despesas.
Adivinhe qual despesa orçamentária foi cortada? Pois é, os R$ 50 milhões previstos no orçamento pra duplicação da BR-469.
Isso, depois de toda a festa na fronteira e do oba-oba geral, com cada um se sentindo o pai da criança, agora natimorta.
Depois da triste constatação de que Foz foi mesmo deixada pra lá, o deputado Fernando Giacobo disse que se sentiu traído, porque ninguém comunicou a ele sobre o corte. E que vai brigar.
Deixe que brigue. Quanto ao secretário de Turismo, Gilmar Piolla, que tanto festejou a vinda do ministro para anunciar obras – o nosso reloginho não deixa esquecer que, além da duplicação, tem a ampliação do aeroporto e a Perimetral Leste -, está na China. E ainda não se manifestou.
A gente sempre suspeitou que, quando se trata de anúncio às vésperas de eleições, tudo pode acontecer. Ou melhor, não acontecer.
Espera-se que o viaduto da Costa e Silva, anunciado pela governadora neste sábado, não se encaixe nesta nossa visão pessimista. Mas que a gente desconfia, desconfia.