E assim vim parar aqui, em Foz do Iguaçu
*Por Carlos Galetti
A primeira vez que vim a Foz foi em 1991, servia como Relações Públicas de uma escola do Exército, a convite de seu comandante, general Cosenza, que servira em Cascavel.
Visitamos várias cidades do Paraná, principalmente na parte oeste do Estado, atendendo inúmeros convites de prefeitos, empresários e autoridades, que já conheciam o general e gostariam de revê-lo, posto que deixara muitas amizades aqui na região.
Nessa ocasião, aqui em Foz do Iguaçu, fui apresentado ao Atef, da Petisqueira, famosa Loja do Paraguai, digno representante da Colônia Árabe, muito amigo do general Cosenza, tornando-se grande amigo meu também.
Conhecemos vários empresários, mas jamais imaginava que um dia viria a comandar o batalhão desta cidade, comandado naquela ocasião pelo Coronel Dias Maxi, que viria a deixar o meu Rio de Janeiro, vindo a morar aqui, em Foz, quase completando Bodas de adoção desta cidade.
Ocorre que o Oficial do Exército, quando entra no processo seletivo para comandar, recebe uma lista das unidades que estarão vagando o comando no ano seguinte. Como podem observar é um processo longo e bastante antecipado.
Em 1998, após vários anos visitando Foz e região, recebi a listagem de unidades para escolha de comando. Observei que Foz estaria vagando, tomei de imediato a decisão, marquei o glorioso 34 BIMtz, até com um certo medo de que alguém quisesse disputar comigo.
O fato é que fui atendido em primeira opção, o que me deixou muito feliz, pois tinha a certeza de que aqui seria muito feliz, faria um bom trabalho, como fizemos, elevando sempre um pouco mais o reconhecimento ao nosso querido Exército Brasileiro.
Assumi o Comando no dia 29 de janeiro de 1999, era um dia de verão tal qual esses últimos dias. A farda colava ao corpo suado, mas era dia de festa, muitos amigos presentes, conhecendo novos e revendo antigos amigos, enfim, um dia de extrema felicidade.
Os dias passaram muito rápidos, muitas ações desenvolvidas, vários aprendizados. O comando chegava ao final, no fundo gostaria de ficar, mas os meus filhos quereriam largar sua terra?
Os meus filhos me procuram e dizem que querem ficar, ao que lhes respondo que estou em processo de alugar algum lugar para que possam morar até terminarem a faculdade. Argumentam que não é só faculdade, haviam conversado com a mãe e queriam ficar aqui definitivamente.
Imaginem a minha alegria, minha filha já trabalhava no Banco do Brasil, hoje já com mais de vinte anos de banco. Meu filho se formou em Administração de empresas e hoje administra a empresa da família, o Grupo Iguasseg.
Ao Rio só em visita, amo esse povo e essa terra, aqui estou feliz e aqui quero ficar. Antes do Grupo Iguasseg, tivemos a Labre e Galetti, uma Escola de Formação de Vigilantes.
Legamos a esta terra o nosso trabalho, a nossa amizade, os nossos bons sentimentos. Sinto que já pertenço a este chão.
E assim aqui vim parar, em Foz.
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.