“Plantas Alimentícias Não Convencionais”, a nova tendência gastronômica de Foz

Projeto “Cultivando Saúde” quer transformar Foz do Iguaçu na capital das PANCs

Quiche com folhas de peixinho da horta e flores de feijão borboleta. Foto: Valéria Mariotti/Cortesia

Apaixonado pela biologia há mais de 25 anos, o pesquisador e especialista em PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais), Wilson Fernandes, também conhecido como Will, é o responsável pelo projeto Cultivando Saúde, que vem sendo desenvolvido em Foz há pouco mais de três anos.

“Eu trabalhava no Parque das Aves e foi bem na época do fechamento dos atrativos, no início da pandemia. No dia 20 de março de 2020, nasceu o projeto, com o objetivo de pesquisar mais essa alternativa, com um contexto mais técnico e científico, para que a gente pudesse entregar uma experiência gastronômica sustentável ao visitante do atrativo”, contou.

Só que quando o Will começou a estudar essas plantas, sentiu a necessidade de compartilhar o conhecimento e levar as PANCs para o setor público. Foi aí que nasceu, em 2021, a parceria com o 14º BPM, na qual foi implantada a primeira horta com PANCs. Logo depois, foi a vez do Colégio Agrícola e na sequência, do CMEI Celeste Sottomaior.

Crianças – Em entrevista para a jornalista Cris Loose, da Rádio Itaipu FM, o biólogo contou que atualmente atua como voluntário e pretende ampliar mais o Projeto. Will destacou por exemplo que entre as PANCs mais consumidas no Centro de Educação Infantil, estão o peixinho da horta (pulmonária), a capuchinha, o almeirão roxo e a taioba.

“Nós trabalhamos com o apoio das educadoras e além da alimentação, tem o lúdico, explicando sobre o valor das plantas. Como a criança é mais aberta aos novos sabores e ao colorido dos pratos, fica mais fácil introduzir as PANCs na alimentação delas”, garantiu.

Wil também contou que, embora o trabalho seja feito com crianças, a ideia é transformar a cidade na capital das PANCs do Brasil.

“Nós focamos nos contextos sociais – já que o custo das plantas é baixo; e ambiental – uma vez que elas são mais resistentes às intempéries e às mudanças no clima; e queremos começar a trabalhar no conceito econômico, atuando principalmente com o setor gastronômico aqui da cidade. Foz tem um grande potencial para isso”,

Cuidados – O maior objetivo é espalhar as plantas em escolas, hortas solidárias nos bairros e compartilhar informações. Porém é preciso deixar claro que é fácil confundir uma planta alimentícia com uma tóxica e a orientação é procurar um local onde as pessoas já cultivam essas plantas e tenham conhecimento sobre elas.

Fator nutricional – Além de resistentes às alterações do clima e às pragas, as PANCs têm um fator nutricional muito mais elevado, se comparadas às plantas convencionais.

“Um dos exemplos é a taioba que hoje é o sexto alimento no mundo no combate ao raquitismo. Aqui ela é pouco conhecida. Embora seja usada por alguns como planta ornamental é a típica demonstração de que podemos ter jardins funcionais em casa, que também poderão auxiliar na nossa alimentação”, finalizou.

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