E não houve vencedores…

Foto ilustrativa: Pixabay

E não houve vencedores…

*Por Carlos Roberto de Oliveira

Em um ambiente amplo e arejado, até porque a situação de pandemia assim o exigia, pessoas descoladas conviviam e assistiam, em telões estrategicamente distribuídos, programações esportivas que despertavam grande interesse, sendo uma delas, mais ao gosto do público presente, o futebol, e a outra, mais recentemente, e não menos atrativa, as lutas de UFC, em que o destaque especial era para a luta principal que ocorre, normalmente, no final da programação, o que tornava, a todos que ali estavam, reféns da espera.

E o que se observava naquele universo alegre e descontraído, era a expectativa nervosa, fosse da emoção por um gol do time de preferência, ou da porrada de um lutador por quem se tinha mais simpatia, especialmente quando este acertava o adversário com uma joelhada ou cotovelada, isto tudo acompanhado das locuções vibrantes dos comentaristas dos respectivos eventos que, com frases de efeito, entusiasmadas, enalteciam a técnica apurada tanto de jogadores como dos lutadores envolvidos.

O mais emblemático, e paradoxal, porém, foi quando o narrador/comentarista da partida de futebol, ao narrar um lance em que o zagueiro de um dos times, após uma entrada violenta na disputa de uma jogada, disse que o lance foi normal, só que o jogador atingido foi para o hospital; já no outro evento, por sua vez, o narrador, igualmente de forma vibrante e ao final do combate, destacava que, embora ensanguentados e com vários hematomas pelo corpo, seus protagonistas esportivamente se abraçavam, levando o público ao delírio …

O mais drástico, contudo, é que tanto o jogo de futebol quanto a luta principal de UFC terminaram, ambos, empatados, deixando um ar de frustração por não haver motivos para qualquer tipo de comemoração, salvo o fato de que o dia era um sábado.

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu.

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