O setor de turismo da Argentina espera receber “mais turismo gay do que nunca”, graças ao efeito da eleição do presidente Jair Bolsonaro, diz o jornal argentino Ámbito Financiero.
“Temos que duplicar o esforço em capacitação e sensibilização, para que aqueles que buscam um lugar seguro, o encontrem”, disse Pablo Lucca, presidente da Cámara de Comercio Gay Lésbica Argentina (CCGLA).
Buenos Aires é a única cidade sul-americana considerada “gay-friendly”, isto é, amigável aos gays, junto com Tel Aviv, Berlim, Copenhague e Madri, entre outras.
O mercado gay, para o turismo, é considerado superior ao hétero, porque é um público que gasta mais, se diverte mais e consome produtos mais caros, quando viaja ao exterior.
A ideia dos argentinos é atrair não só os gays brasileiros, mas também os gays de outros países que deixariam de visitar o Brasil por causa da postura do novo presidente.
Mas Ricardo Gomes, presidente da Câmara de Comércio e Turismo LGBT do Brasil, prefere ser mais cauteloso.
“Seria muito precipitado que fizéssemos qualquer especulação sobre o turismo LGBT no próximo governo. Entendemos que, como pode lançar medidas contra o público LGBT no país (o governo) também pode deixar as coisas seguirem seu fluxo”, afirmou.
Ele disse ainda que, no caso do turismo, existe um acordo de cooperação firmado com a Embratur e com o Ministério do Turismo, com vigência até junho de 2023.
“Preferimos não fazer nenhum juízo prévio sem saber qual é a postura do novo presidente e de sua equipe de turismo. Preferimos desconsiderar as besteiras ditas durante a campanha eleitoral e crer que o melhor para o país e para o turismo LGBT será implementado pelo novo governo”, disse Gomes.
De qualquer maneira, os argentinos estão atentos. Afinal, quatro entre cada dez pessoas que visitam o país são brasileiros. “E no que se refere a turismo LGBT, somos pioneiros na região e temos que seguir promovendo da mesma maneira, concluiu De Luca.
Fonte: Ámbito Financiero, via El Independiente Iguazú