Reportagem da Folha de S.Paulo, publicada ontem (10), revela que um impasse entre as diretorias e conselhos paraguaios e brasileiros da Itaipu Binacional envolvendo o valor da tarifa de energia travou o orçamento de 2024 da empresa.
Resultado: segundo o jornal, empregados, prestadores de serviços e fornecedores da hidrelétrica estão com pagamentos atrasados.
O impasse foi confirmado pelo Sisnefi (Sindicato do Eletricitários de Foz do Iguaçu), cujo presidente, Paulo Henrique Guerra Zuchoski, disse que está tudo parado por falta de orçamento definido.
Pior: os funcionários ainda não receberam a primeira parcela do 13º salário, que normalmente é liberada em janeiro de cada ano. O dinheiro deveria ser liberado no dia 12, mas isso não ocorreu.
Agora, ainda segundo a Folha, os funcionários da empresa, 1,300 do lado brasileiro e 1,700 do lado paraguaio, temem não receber o salário de janeiro, que vence no dia 25 de janeiro.
Em resposta ao jornal, a assessoria da Binacional disse que uma reunião extraordinária está sendo providenciada e que o impasse deve ser solucionado em breve.
Traduzindo: mesmo depois de a dívida da empresa ter sido quitada no ano passado, o Brasil vem empurrando com a barriga uma definição do valor da tarifa de energia da Itaipu, porque o paraguaios querem mantê-lo bem mais caro do que o necessário, já que vendem a maior parte da energia da usina que cabe eles para os brasileiros, entre outras vantagens financeiras.
Por isso eles travaram o orçamento.
Jogada de mestre?