Entenda o golpe que está devastando a vida de idosos, pobres e analfabetos em Foz

Sete em cada 10 pessoas que procuram o Procon têm problemas com consignados

Foto ilustrativa: Pixabay

Por Cris Loose, especial para o Não Viu?

A diretora do Procon de Foz do Iguaçu, Claudinéia Pliacekos, disse na segunda-feira (15), em entrevista para a Itaipu FM, que 70% das reclamações registradas pela instituição na cidade, estão relacionadas com os empréstimos consignados.

Outro problema são os contratos com fidelidade.

O golpe – Ela explicou que as correspondentes entram em contato com os clientes por telefone, informando sobre um crédito do governo ou uma correção de juros, por exemplo, e pedindo o comparecimento dos consumidores na sede da empresa para “formalizar o processo”. Só que, quando as pessoas chegam às empresas, acabam fazendo um empréstimo consignado sem ter ideia do que estava escrito no contrato que assinaram.

A pessoa não vai até lá para fazer um consignado. Ela é enganada e não podemos culpar o consumidor por isso. Os idosos, os pobres, os analfabetos precisam de apoio pois estão sendo roubados por meio desses empréstimos consignados e muitos deles deixam de receber o dinheiro que mantem a família. Isso é um absurdo pois não tem negócio mais rentável do que descontar direto na aposentadoria do cidadão.”

Claudinéia disse também que é importante que os filhos, os netos, que familiares ajudem as pessoas mais velhas já que muitas não têm conhecimento dos próprios direitos.

Fidelidade – A diretora do Procon também alertou para contratos de fidelidade de 24 meses. “Não existe contrato de fidelidade de 24 meses para pessoa física. Jamais! Isso é ilegal. O cliente pode até assinar um contrato de 12 meses, mas se o serviço não for prestado corretamente, o contrato pode ser extinto sem o pagamento de multa”, lembrou.

Claudinéia também explicou que o contrato de 24 meses pode ser oferecido para pessoa jurídica, porém é preciso atenção já que no caso de querer cancelar o mesmo, a multa equivale ao restante do contrato. “O mais saudável para o consumidor é o contrato de 12 meses”, afirmou.

Reclamações – Além da fiscalização feita pelo órgão de defesa do consumidor é importante que os cidadãos que se sentirem lesados procurem o Procon.

Os moradores de Foz podem registrar as reclamações diretamente no link https://efoz.pmfi.pr.gov.br/servico-169 no site da Prefeitura Municipal. O reclamante precisa anexar a nota fiscal e os documentos que ele tiver em mãos já que, na área administrativa, quem apresenta a prova é o consumidor. O Procon recebe a reclamação e já notifica o fornecedor que tem um prazo para apresentar uma resposta para o problema.

O telefone do Procon é o (45) 2105-8700 e o whatsapp é o (45) 99820-0235. A sede fica na Avenida Brasil, 1172, no centro de Foz.

Outro caminho para registrar uma reclamação é o site consumidor.gov.br, do Governo Federal.

Reuniões – Para falar de relações de consumo aos moradores de Foz, o Procon vem organizando reuniões em vários pontos da cidade. O próximo encontro, aberto à população, será realizado hoje (17), às 15h, na Paróquia Nossa Senhora da Saúde, no Portal da Foz.

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