A história é a seguinte:
1-) A Argentina, unilateralmente, criou um pedágio para permitir a passagem de embarcações de carga pelo Rio Paraná, no trecho que faz fronteira com o Paraguai;
2-) O trecho é de aproximadamente 550 quilômetros: vai da confluência entre o Rio Paraguai e o Rio Paraná até o Porto de Santa Fé, no Sul da Argentina;
3-) A tarifa desse pedágio custa 1,47 dólares por tonelada de carga transportada por embarcações paraguaias, bolivianas e brasileiras, mas, para as embarcações argentinas, a tarifa é de irrisórios 1,47 pesos argentinos (que hoje, praticamente, não valem mais nada, devido à inflação anual de 108% no país);
4-) Como 98% do trânsito de cargas por esse trecho é feito por embarcações paraguaias, para escoar as safras de grãos do país, o Paraguai já pagou 5 milhões de dólares aos argentinos, até agora;
5-) Porém, segundo disse nesta terça-feira (23) o vice-ministro de Comércio do Paraguai, Pedro Mancuello, estima-se que a Argentina possa arrecadar cerca de US$ 40 a 50 milhões anuais com esse pedágio pago pelos paraguaios;
6-) Para justificar essa disparidade na cobrança de tarifas, os argentinos alegam que ela se deve ao pagamento de serviços de dragagem e balizamento desse trecho do Rio Paraná, bancados por eles desde 2010.