O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro foi de 0,16%, a menor variação para um mês de janeiro, desde a implantação do Plano Real, em 1994.
O resultado foi divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na terça-feira (11), e confirma o impacto positivo do chamado Bônus Itaipu na inflação do período.
Para esclarecer melhor o assunto, o Não Viu? apurou que o termo bônus não poderia ser usado nessa narrativa, pois o substantivo significa, “vantagem que alguns comerciantes, industriais, empresas ou companhias concedem aos consumidores, associados ou subscritores“.
O que não vem ao caso.
Por que não é bônus?
Assim como a Receita Federal não chama a eventual restituição do Imposto de Renda de bônus, esse recurso é uma devolução aos consumidores do que foi cobrado a mais deles ao longo do ano.
A cobrança a mais se deve por erros normais de precisão da cotação do dólar ou mesmo da geração da usina.
Por força de lei, essa devolução deve beneficiar os consumidores mais pobres.
E, portanto, não é bônus de ninguém, mas sim uma devolução de um dinheiro que já é dos consumidores.
Por que não é de Itaipu?
Se fosse dinheiro da Itaipu, alguém acha que os paraguaios aprovariam tirar dinheiro da hidrelétrica, para dar desconto, exclusivamente, na conta de luz de brasileiros?
Traduzindo
De fato, os consumidores brasileiros pagam a conta de luz à empresa estatal ENBPar ((Empresa Brasileira de Participações em Energia Nuclear e Binacional) que, por sua vez, vai repassando para a Itaipu, ao longo do ano, somente o dinheiro que deve à usina.
Assim, as eventuais sobras de caixa vão se acumulando na conta da ENBPar, sem sequer ter qualquer contato com a conta binacional da Itaipu.
Ao final do ano, por força de lei, a ENBPar, sob a aprovação prévia da ANEEL, devolve esse dinheiro aos seus donos por direito: os consumidores brasileiros.