O projeto de lei municipal que cria a “Escola sem Partido” parece apenas um reflexo destes tempos de redes sociais em que todo mundo quer dar opinião sobre tudo, sem entender de quase nada.
O vereador iguaçuense Dr. Brito está provavelmente bem intencionado. Mas de boas intenções…
O projeto diz que o professor “não se aproveitará da audiência cativa dos alunos para promover os seus próprios interesses, opiniões, concepções ou preferências ideológicas, religiosas, morais, políticas e partidárias”.
Primeiro, que bom seria se os professores tivessem “audiência cativa”! Em tempos em que a bagunça impera em sala de aula e em que professores são agredidos moral e fisicamente (e os jornais “Hoje” e “Nacional” mostraram ontem, 21, flashes de algumas situações dessas), feliz do professor que tem “audiência cativa” (talvez se der aulas pra detentos).
Mas, enfim, mesmo que tenha alunos atentos e de ouvidos abertos, quase todos os professores (as exceções só confirmam a regra) têm uma coisa chamada ética.
Ou, como diz o sindicato dos Professores e Profissionais da Educação da Rede Pública Municipal de Foz do Iguaçu (Sinprefi), em nota oficial, têm “responsabilidade e ética”. O Sinprefi considera o projeto simplesmente uma tentativa de “mordaça”.
Este assunto, que por sinal ganhou assembleias legislativas país afora e também está em projetos na Câmara dos Deputados e no Senado, é um dos temas da audiência pública marcada para o dia 1° de dezembro, na Câmara de Vereadores.
Os professores estarão lá!