Enquanto é procurado pela Interpol, a pedido da polícia brasileira, vão aparecendo cada vez mais informações sobre Darío Messer, o “doleiro dos doleiros” (explica-se: tão bom na arte de lavar dinheiro que era procurado por doleiros quando precisavam atender grandes “clientes”).
Na edição desta terça (15), o jornal paraguaio ABC Color mostra que Messer possui uma infinidade de propriedades, rurais e urbanas, em todo o Paraguai, país onde conseguiu cidadania graças à ajuda de seu “hermano” Horacio Cartes, o presidente.
Acusado na Lava-Jato de ter lavado US$ 100 milhões do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, Messer possui em seu nome e no de sua empresa (Chai S.A.) dez fazendas, com mais de 12 mil cabeças de gado, além de milhares de hectares de propriedades urbanas em vários pontos do Paraguai.
Entre eles, lotes e uma casa no luxuoso Paraná Country Club, em Ciudad del Este.
Sem contar, lembra o jornal, os bens que possui em nome de laranjas.
A justiça paraguaia convocou para esta quarta-feira, 16, quatro pessoas que permanecem foragidas: o próprio Darío Messer, seu filho Dan Messer, Juan Pablo Jiménez Viveros Cartes (primo do Presidente Cartes) e o administrador dos bens de Messer e um dos seus prováveis laranjas, Ilan Grinspun.
Agora, resta saber: onde está Messer? A Interpol, já acionada, ainda não tem pistas? Provavelmente, está escondido em algum país onde também tem amigos poderosos.
A Interpol
Quando se diz que a polícia brasileira pediu ajuda à Interpol, a Polícia Internacional, alguém pode imaginar que existam policiais próprios desta organização, criada em 1923 e hoje com 190 países filiados.
Na verdade, as próprias polícias de cada país fazem parte da entidade, que apenas faz a conexão entre os trabalhos das instituições policiais de todo o mundo. No Brasil, a Polícia Federal compõe a Interpol.
Como funciona? Quando algum país repassa à Interpol o nome de um criminoso procurado pela Justiça, ele é incluído numa lista que circula nos escritórios da Interpol de todos os países filiados.
Quando o criminoso é localizado, a polícia do país que pede sua captura é informada. No caso de Messer, se for localizado em algum país, será a Polícia Federal (a Interpol no Brasil) que fará a operação de transporte e entrega do acusado à Justiça.