Essa poucos pescadores sabem: o surubi tem de comer de duas em duas horas, 24 horas por dia

Estação de Aquicultura de Itaipu, no Paraguai, obtém sucesso na reprodução de duas espécies de surubis

Surubi reproduzido em cativeiro na margem paraguaia da Itaipu. Foto: divulgação

Nesta semana, a Divisão de Reservatórios da Superintendência de Gestão Ambiental, da margem paraguaia da Itaipu Binacional, iniciou os trabalhos de reprodução artificial de peixes carnívoros, especificamente das espécies surubi, pintado e surubi malhado. Prevê-se que o processo dure cerca de dois meses e é a terceira vez que é realizado.

O surubi é uma espécie migratória, frequente em grandes leitos de rios e em máxima profundidade, essencial para o equilíbrio da biodiversidade regional. A reprodução em cativeiro é importante para mitigar a pressão da pesca.

Julio Flores, responsável pelo Programa de Reprodução de Peixes da Estação Binacional de Aquicultura, explicou que cada espécie tem seu processo de reprodução. Com essas espécies, por serem carnívoras, é necessário maior cuidado.

“O surubi tem de comer de duas em duas horas, 24 horas por dia. Se eles passam fome, comem uns aos outros, são canibais”, explicou o Flores.

Essa ação faz parte das tarefas de preservação do meio ambiente, oriundas da pressão pesqueira, lideradas pela Itaipu da margem paraguaia. A Estação de Aquicultura produz doze espécies nativas e atualmente está focada na reprodução do dourado, pacu, surubi e salmão do Paraná, este último uma espécie ameaçada de extinção.

Normalmente, a produção da estação tem três destinos: uma parte menor vai para o plantel de reprodutores da própria Estação, outra parte maior vai para atender a demanda de pisciculturas locais e o restante é solto no Reservatório em áreas de inundação e lagoas marginais.

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