Estatal pra gerir energia de Itaipu e estudo pra eclusa que nunca será construída

Foto: Nilton Rolin

Duas notícias envolvendo a nossa Itaipu que geram no mínimo preocupação.

A primeira é que o governo federal vai privatizar a Eletrobras e as outras empresas que pertencem à holding, mas vai criar uma estatal para cuidar da Itaipu e das usinas nucleares. Com sede em Brasília.

Parece piada, mas é notícia séria, aliás, um “furo” de reportagem do jornal O Globo, que divulgou a bomba hoje.

Você desestatiza aqui, estatiza ali. E precisa de uma estatal pra gerenciar a energia de Itaipu? E lá em Brasília, a terra dos barnabés? Daqui a alguns anos, vem um governo sério e desestatiza a estatal criada pra cuidar da Itaipu e das nucleares.

A outra notícia sobre Itaipu também é daquelas de se ficar matutando. O diretor-geral paraguaio, James Spalding, assinou um protocolo de estudo com a empresa francesa Compagnie Nationale du Rhône para estudar a possibilidade de construção de um sistema de eclusas na usina, para permitir a navegação no Rio Paraná.

A represa de Itaipu é um obstáculo à navegação, de fato. Mas já houve estudos anteriores que mostraram ser viável, sim, construir eclusas. Mas que o custo seria muito elevado e o volume de carga transportado por hidrovia, neste trecho abaixo de Itaipu, não compensaria o investimento.

Das duas, uma: ou a empresa francesa vai concluir o que já se sabe ou vai propor um sistema de eclusas caríssimo que vai continuar no papel por décadas. Se Brasil e Paraguai não conseguem nem construir uma ponte, como vai se pensar em sistema de eclusas ao custo de bilhões de dólares?

Bem, a empresa da França certamente não fará os estudos de graça… Bom pra ela!

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