Estive em Natal

Tudo era especial, reuníamos 73 casais, companheiros militares da reserva, formados na Academia Militar das Agulhas Negras

Foto ilustrativa: Pixabay

Estive em Natal

*Por Carlos Galetti

Não, não vou falar sobre a festa máxima da Cristandade, vou falar sobre a cidade de Natal, com sua pujança turística, seus meandros que fazem o turista sentir que valeu a pena. Lugar esse que acabei de visitar.

Tudo era especial, reuníamos 73 casais, companheiros militares da reserva, formados na Academia Militar das Agulhas Negras, no ano do Senhor de 1978. Todos os anos nos reunimos, antes era de dez anos o intervalo, depois passou a cinco e hoje é um ano.

Temos em torno de sessenta e cinco anos, os gostos semelhantes nos levam a preparar o evento dentro daquilo que nos apraz. Nosso bailão é com a nossa música, Beatles e coisas do tempo. A conversa gira sobre os casos que jovens vivenciamos na vida acadêmica.

Fazemos nossos passeios, andamos de buggy, nadamos, tiramos fotos em mergulho, curtimos na plenitude, passando pelos bares molhados das piscinas, chegando aos “happy hours” de final de tarde. O que mais importa é estarmos, mais uma vez, juntos.

Esse passeio era pra ter acontecido há um ano atrás, motivado pela pandemia não aconteceu.

Passado o passeio fica a saudade, do sotaque característico, da gentileza no atendimento, da recepção calorosa. O nordestino é muito receptivo, os funcionários do hotel muito bem preparados, dias deslumbrantes.

Tanto na ida quanto na volta, observei que muita gente está viajando, denotando que algo vai bem na economia. Os hotéis estão cheios, os transportes lotados, os estabelecimentos comerciais vivendo tempos alvissareiros, mas o grande termômetro é o sorriso escancarado.

Quando viajo gosto de, mais que visitar os lugares, conhecer o povo e sua cultura, seu comportamento, seus interesses, suas mínimas características, pois é através disso que reconhecemos um povo e sua cultura.

Gosto de ver suas manifestações artísticas, sua comida típica, seu jeito de vestir, a forma como me tratam. Observo sua idiossincrasia, mesmo porque seus comportamentos, passam-me como atípicos e diferenciados.

O nordestino é diferente, sua música é diferente, sua batida tonal é contextualizada, trata-se de uma melodia que entra com sua batida em você, fazendo-o levantar-se ao compasso da música. Adoro seu jeito de falar cantado, sua cor amorenada pelo sol local, enfim, tudo é perfeito, tem gosto de volte sempre.

Tenho a ventura de ter conhecido quase todo o Brasil, mas muitos lugares a trabalho, sem a companhia da esposa e filhos. Até tinha companhia, mas não no contexto de um passeio.

Viajar é maravilhoso, conhecer outros povos, outras culturas, ainda mais com pessoas que amamos.

Adorei Natal, o nordestino me entusiasma. O ano que vem será Maceió, já estou ansioso, tomara que chegue logo.

Lembro da frase escrita na frente da Escola de Sagres, escola de navegação em Portugal: – “Navegar é preciso, viver não é preciso”.

Precisamos conhecer outros lugares e outras pessoas, cultura in loco.

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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