Estratégia argentina: peixes e camarões contra o mosquito da dengue

"Inimigos naturais das larvas e pupas dos mosquitos, são um método eficaz de controle biológico que reduz a presença de mosquitos transmissores de doenças"

Foto ilustrativa: Pixabay

No combate à dengue na Argentina, especialistas do INTA (Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária) e do Conicet (Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica) avaliaram os benefícios de produzir espécies nativas de peixes e camarões em corpos d’água artificiais nos centros urbanos (lagoas ou aquários, por exemplo) e nas regiões periurbanas.

Segundo eles, esses inimigos naturais das larvas e pupas dos mosquitos são um método eficaz de controle biológico que reduz a presença de mosquitos transmissores de doenças, como malária, dengue, chikungunya, febre amarela e Zika.

“Algumas espécies nativas de peixes e camarões são inimigos naturais das larvas do mosquito”, explicou Ariel Belavi, referência nacional em aquicultura do INTA. Acontece que, como explicou, “a espécie Australoheros facetus – conhecida como chanchita, castañeta, cará ou chata – é um peixe que vive na bacia do Prata capaz de consumir mais de 500 larvas de mosquitos em menos de um dia. Isso os torna um inimigo natural eficaz dos mosquitos e um excelente controlador biológico.”

Ao mesmo tempo, existem outras espécies nativas que podem ser cultivadas e produzidas em espelhos d’água artificiais e que também consomem larvas e pupas de mosquitos, como o camarão de rio (Macrobrachium borellii) e o camarão fantasma ou de água doce (Palaemon argentinus).

“Esses crustáceos que habitam ambientes de água doce no centro da América do Sul podem ser usados ​​para controlar as populações desses insetos, incluindo as das espécies Aedes sp, Anopheles sp e Culex sp, que são relevantes pelo potencial de transmissão de doenças”, especificou Belavi. .

Nesse ponto, Pablo Collins -pesquisador do Conicet- destacou: “Essas duas espécies de camarões são nativas da Bacia do Prata e consomem larvas e pupas de mosquitos”.

Geralmente são encontrados em lagoas rasas, lagoas e rios, pois toleram uma ampla gama de condições ambientais.

“Eles se reproduzem em ambientes de água doce sem a necessidade de migrar para ambientes marinhos como fazem outros camarões”, explicou Collins, acrescentando que sua dieta é onívora, utilizando os recursos tróficos que encontram no fundo desses ambientes, na coluna d’água e entre eles. vegetação aquática.

“Eles podem consumir 40 larvas por dia”, disse o pesquisador do Conicet, que não hesitou em esclarecer que as densidades desses camarões em ambientes naturais ou em lavouras podem chegar a 500 exemplares por metro quadrado.

Com informações do INTA

 

Sair da versão mobile