Às vésperas de renegociar o Anexo C do Tratado de Itaipu, o Paraguai contratou um especialista americano que garante: o Brasil deveria ter pago entre nove e 24 vezes mais pela energia de Itapu que os paraguaios não consumiram.
O especialista é Miguel Carter, diretor do Centro para a Democracia, a Criatividade e a Inclusão Social.
Ele vai apresentar a conclusão de seus estudos sobre Itaipu em Assunção, na próxima quinta-feira, 22, na conferência intitulada “Itaipu: a riqueza energética perdida do Paraguai”. O nome já diz tudo.
O trabalho de Carter foi feito em consultas com especialistas locais e com economistas da equipe da Vale Columbia Center, segundo informa o jornal ABC Color.
O estudo analisou o valor que o Paraguai teria recebido desde 1985 a 2016, se o Brasil pagasse preços de mercado.
Na soma de todos esses anos, o Paraguai recebeu aproximadamente US$ 4,2 bilhões. A valores de mercado, o preço saltaria para algo entre nove e 24 vezes mais. Isto é, entre US$ 38,2 bilhões e US$ 102,1 bilhões.
Resta agora saber se o Brasil fará estudos para contrapor a esses números.
O Anexo C do Tratado de Itaipu é o documento que trata das bases financeiras dos serviços de eletricidade da usina binacional. Ele terá que ser revisto até 2023, quando o tratado completa 50 anos.