Ex-diretor técnico da Itaipu analisa as novas nomeações da diretoria brasileira

No nosso entendimento, ter no conjunto “Diretoria/Conselho” nomes de pessoas com larga experiência no setor de energia nacional seria muito importante

Posso dos novos diretores da Itaipu. Foto: Sara Cheida/IB

*Por Celso Torino (texto publicado no Like in)

Mudança de governo, mudança na composição da diretoria e conselho da Itaipu Binacional. Gostemos ou não, algo normal na rotina das empresas estatais brasileiras.

Os novos diretores da Itaipu estão aí, para um mandato até maio de 2027, mas que podem ser reconduzidos ou substituídos a qualquer momento, por decreto do presidente da República.

No decreto da última sexta-feira (24), além do diretor-geral brasileiro, Ênio Verri, que já havia sido nomeado em 10 de março, foram nomeados mais 4 diretores: diretor técnico executivo, diretor jurídico, diretor administrativo e diretor de coordenação que na prática significa a diretoria que atua na área socioambiental e se relaciona com a região no entorno do reservatório da hidrelétrica.

Particularmente, posso comentar sobre o atual diretor técnico executivo da Itaipu, Renato Sacramento. Um engenheiro com larga experiência no Setor Elétrico Brasileiro, com longa carreira na Eletrobrás, época que inclusive, atuou via CADOP (Comitê de Operação e Administração dos Contratos de Compra e Venda dos Serviços de Eletricidade de Itaipu), nas questões pertinentes as regras comerciais da ITAIPU Binacional, assim como fez carreira técnica na área de planejamento da operação do Sistema Interligado Nacional e, portanto, com currículo e experiência muito aderentes a posição ocupada.

Agora, aguardamos, além da solução da questão envolvendo a posição de diretor financeiro executivo, a definição do novo Conselho de Administração Brasileiro da usina binacional.

No nosso entendimento, ainda que as grandes decisões tenham naturalmente influências de ordem diplomática e política, ter no conjunto “Diretoria/Conselho”, nomes de pessoas com larga experiência no setor de energia nacional seria muito importante para que haja uma boa condução nos temas internos e nos temas que envolverão a revisão do “anexo C” do Tratado da Itaipu, seja sob a ótica dos consumidores de energia da Itaipu que no Brasil somam mais de 130 milhões de cidadãos de todos os estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-oeste, seja das relações bilaterais com o Paraguai, seja da sustentabilidade operacional e financeira da empresa Itaipu, seja sob a ótica dos interesse regionais.

Desejamos boa sorte aos novos diretores brasileiros da Itaipu Binacional!

*O engenheiro Celso Torino foi funcionário de carreira da Itaipu Binacional, onde se aposentou, quando era diretor técnico da empresa. Atualmente, é vice-presidente de Gestão Portfólio e Mercados da entidade sem fins lucrativos CIER – Comisión de Integración Energética Regional.

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