Falando em tira-gosto

Que tal uma moela de galinha? Ou, ainda, uma rabada com batata?

Foto ilustrativa: Pixabay

Falando em tira-gosto

*Por Carlos Galetti

Vocês já notaram que gosto muito de uma cerveja gelada, mas “saco vazio não para em pé”. Necessário se faz um tira-gosto, pois beber sem comer é até perigoso, posto que até o Ministério da Saúde adverte.

Venho da terra dos tira-gostos; lá no Rio, todo boteco que se preza tem um produto para salgar a palavra. Seja uma língua de boi ensopada, ou um jiló cozido, frito ou à milanesa. Que tal uma moela de galinha? Ou, ainda, uma rabada com batata?

Em pequenas porções, para não encher o bucho e tirar a vontade de beber, realmente somente na conotação de tira-gosto.

O petisco bem preparado, dá a exata noção do que é “volte sempre”. Aqui, em Foz, temos certa precariedade de tira-gosto, nos obrigando a rachar o produto e nós mesmos confeccionarmos a guloseima.

Costume que trouxe do Rio, falava para os amigos, domingo vou trazer a sardinha pra fritar. Temperava na véspera 8 a 10 Kg de sardinha, trazia no domingo pronta pra fritar, já tendo passada até na farinha de trigo. Quando chegava estava pronta até a fritadeira. Era só fritar e beber aquela cerveja gelada, ao som do pagode.

Aqui vejo coisa semelhante, o aniversariante dá a carne e um churrasqueiro eleito pilota a confecção do churrasco. De onde podemos deduzir que o tira-gosto une as pessoas, criando grupos sociais e mantendo-os unidos. Claro que, às vezes, surge uma rusga, mas nada que não se resolva logo adiante.

Assim, aqui enumero os três componentes fundamentais para unir pessoas: boa música, boa comida e boa bebida.

A boa música embala a nossa conversa, a boa comida, além de ser um prazer, nos mantém sóbrios e participativos e, por fim, a boa bebida tempera tudo isso, nos mantendo felizes.

Por derradeiro, vos convido para frequentando um bom bar, aprimorar aquele tira-gosto, pois, como consequência, teremos a boa companhia e a loira gelada pra molhar a palavra.

Do Galo ao Juca, ou do Rafain ao Capitão, passando pelo Bar do Beto ou Bar do Rodo, desejo bom apetite, uma cerveja muito gelada e bons papos.

Aliás, vou ali e volto já…

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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