Foz do Iguaçu-Curitiba pela BR-277, uma aventura de arrepiar!

Tragédia na estrada. Um morto ao fazer ultrapassagem. E longa espera para quem passava pelo local. Foto: Patrícia Iunovich

Viajar pela BR-277, de Foz do Iguaçu a Curitiba (ou vice-versa) é, de início, uma aventura financeira: combustível, nove praças de pedágio, lanchinho, etc, podem levar o custo total a cerca de R$ 700 (ida e volta).

Depois, é uma aventura pelo risco de viajar numa rodovia que, embora em razoáveis condições, conta com intermináveis trechos onde não existe uma terceira faixa para se livrar das filas de caminhões, o que faz muitos motoristas se arriscarem a fazer perigosas ultrapassagens.

Mas tem mais: na região de Cascavel, há obras, que fazem o tráfego fluir ainda mais lentamente, com lombadas e asfalto ruim. Isso se repete em Guarapuava, onde prossegue a duplicação de um pequeno trecho.

Em outros trechos, como a partir de Irati, há ainda obras de manutenção, onde o tráfego é feito em meia pista, com um dos lados cedendo lugar para os outros passarem até chegar sua vez. E pode demorar!

Há ainda trechos com neblina, principalmente nesta época do ano, e também o adicional de chuvas, que tornam o tráfego mais lento e menos seguro.

Acidentes

Foto: Patrícia Iunovich

Há ainda os acidentes, pra azar das vítimas. Como ocorreu nesta terça próximo a Guarapuava, onde um carro, ao fazer uma ultrapassagem, acabou perdendo o controle e bateu de frente num caminhão. Os dois foram parar fora da pista e pegaram fogo. O motorista do carro morreu e, no caminhão, o motorista e dois passageiros sofreram ferimentos leves.

Para quem fazia o trajeto naquele trecho, muita espera: formaram-se filas de 10 quilômetros de um e outro lado do acidente, onde a pista foi bloqueada pela Polícia Rodoviária Federal, que liberou meia pista só depois de aproximadamente meia hora, até avaliação dos riscos que os veículos em chamas poderiam provocar.

Depois de tanta espera, o que acontece é que carrões – os Audis, BMWs e outros tão bem cotados (e até alguns nem tanto) – aceleram o máximo que podem (e como podem!), numa aventura particular perigosa, capaz de também gerar riscos a quem não tem nada a ver com a pressa alheia.

Multas

Mais riscos? Os de multas. A velocidade máxima nos vários trechos de estradas varia muito, e se o motorista não ficar sempre atento acabará sendo flagrado por policiais de tocaia. Ou passar em velocidade acima do permitido nas dezenas de radares, alguns deles não muito visíveis.

Ou, ainda, se esquecer de ligar os faróis, o que ainda acontece muito.

É uma aventura pros fortes e para aqueles que não conseguem comprar passagens de avião com antecedência, a preços que muitas vezes serão bem inferiores ao custo de uma viagem de carro (a não ser que três ou quatro pessoas estejam no carro).

Compensa, claro, ir de ônibus (cerca de R$ 380 o executivo, ida e volta), mas se a pessoa conseguir dormir e esquecer que tudo aquilo que passa quando vai de carro estará ocorrendo para quem conduz o ônibus.

Enfim, duplicação já! deve ser o mote do iguaçuense e dos moradores de todas as cidades ao longo desses trechos que unem o Oeste à capital. Pelo custo dos pedágios, isso é mais do que justo.

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