Foz do Iguaçu encolhe, não só em densidade demográfica como em produção de bens e serviços, afirma em artigo o ex-candidato a prefeito Phelipe Mansur, hoje no cargo de coordenador geral da Casa Civil no Oeste do Paraná.
Um dado interessante que ele aponta no artigo é que o número de empregos gerados pelo turismo, em Foz do Iguaçu, é quase equivalente ao de uma única cooperativa da região, a Lar.
Embora os dados que ele usa sejam de 2010, os do Censo, ainda assim mostram que só o turismo não será suficiente “para atender a demanda de produção, emprego e renda”.
Mansur diz que a cidade teve o pior índice de crescimento populacional em 2017 e a tendência é que a população encolha para 220 mil habitantes até 2040.
Mas o pior mesmo é que a economia desaqueceu entre 2009 e 2015, diz Mansur. “Entre os 42 maiores municípios do Paraná, Foz está apenas na 36ª posição quando o assunto é crescimento econômico, segundo o Valor Adicionado Fiscal”, afirma.
O mercado de produção iguaçuense Foz cresceu 55,29%, bem abaixo da média paranaense (89,38) e mais abaixo ainda do crescimento de outros municípios da região Oeste: em Cascavel, o crescimento foi de 111,84%; em Toledo, 123,62%; em Marechal Cândido Rondon, 138,67%; e em Medianeira, 196,97%.
Na mesma lista dos 42 maiores municípios paranaenses, Foz fica na 39ª posição em relação ao crescimento da renda média anual dos moradores. A renda média aumentou 55,29% e está em R$ 27.838,20 anuais, enquanto o crescimento médio do Estado ficou em 77,47%.
Na comparação com os vizinhos do Oeste, a situação fica ainda pior. Em Marechal Cândido Rondon, a renda média cresceu 97,37%; em Toledo, 89,96%; em Cascavel, 84,55%; e em Medianeira, 83,17%.
“Esse baixo desempenho, tanto do crescimento da produção, quanto da renda média, demonstra claramente o plano equivocado para o desenvolvimento da cidade. As medidas adotadas pela elite empresarial e política da cidade, nos últimos anos, simplesmente não funcionaram”, critica o ex- candidato a prefeito.
Como o percentual de empregos em Foz caiu de 21,39% para 17,39% e o número de estabelecimentos reduziu de 19,93% para 17,26%, “não haverá como reverter o movimento de encolhimento da economia e da cidade”, diz Mansur.
E o turismo? “Considerado o motor da economia, não será suficiente para comportar toda a demanda de produção, emprego e renda.”
Mansur diz que, segundo o censo de 2010, o turismo gera diretamente pouco mais de 11 mil empregos formais. Só uma cooperativa, a Lar, gera 9.643 empregos formais, compara Mansur. A cooperativa Frimesa, por sua vez, gera 7.091 empregos formais, enquanto o frigorífico Friella gera cerca de 1.500 empregos formais.
“Somadas, as três companhias, na região oeste, geram 18.234 empregos formais. O volume representa 65,64% mais vagas registradas do que todos os empregos com carteira assinada produzidos pelo setor turístico iguaçuense.”
Conclui Phelipe Mansur:
“No âmbito geral, Foz tem uma economia grande em comparação aos demais municípios. Contudo, o crescimento de produção iguaçuense desacelerou nos últimos anos. Muitas lideranças políticas e empresariais da cidade não gostam de discutir esse tema, pois implica responsabilidade sobre a condução de estratégias consideradas erradas e a necessidade de novas medidas.”
“A maioria das mudanças, inicialmente, gera desconforto ou remove qualquer segmento da zona de conforto. Todavia, sem o debate profundo e um diagnóstico real da cidade, não haverá possibilidade de reverter este processo de encolhimento e regressão econômica e social de Foz do Iguaçu.”