Por Cris Loose, especial para o Não Viu?
Com o dólar valendo pouco mais de R$ 5,00 e o frio que chegou ao país, aumentou e muito a quantidade de brasileiros comprando nas lojas de Ciudad del Este, no Paraguai. A agitação vem sendo sentida pelos comerciantes desde o último feriado, dia 8 deste mês.
Para a alegria deles, na mira dos brasileiros estão casacos, cobertores, calçados e outros produtos consumidos na estação fria.
Mas antes de ir às compras do outro lado da fronteira, é preciso tomar cuidado com as notas de dólares que são compradas, para não voltar para Foz de mãos abanando.
Dólar furado – As notas de dólares vêm sofrendo alterações ao longo dos anos por questões de segurança e apesar de as mais antigas serem recusadas em alguns países como o Paraguai, por exemplo, elas ainda são válidas.
Houve uma época em que os bilhetes de US$ 100,00 das séries CB e D não eram aceitos de maneira alguma. Agora, a preocupação maior é com a “idade” das notas de dólares.
O bancário aposentado e especialista em operações bancárias e financeiras, Carlos Aponte, que trabalhou na filial do antigo Banespa, em Ciudad del Este, disse que apenas as notas mais atuais são aceitas hoje em dia seja no comércio ou nos bancos.
De acordo com ele, além de não aceitarem bilhetes antigos, os bancos também não aceitam notas riscadas, rasgadas, manchadas com tinta ou sujas.
Golpe – O ex-bancário explicou que “se trata de um golpe, na medida em que o cliente, ao sacar uma grande quantia em dólares, pode receber moedas antigas do banco, mas eles nunca as aceitam de volta”.
Outra questão compartilhada por Aponte é que, ao procurar uma casa de câmbio, por exemplo, as pessoas conseguem vender as moedas mais antigas, desde que paguem, no mínimo 5%, do valor em questão aos cambistas
Então, antes de pensar em fazer compras do outro lado da fronteira, verifique se os seus dólares não são “uma furada”, para não ter problemas ao pagar a conta.
“Todas as cédulas de dólares com manchas, com marcas de caneta ou de carimbo, sem exceção, não são aceitas, a menos que se pague uma taxa de no mínimo 5% para trocar. Casas de câmbio e outras instituições estão ganhando, e muito, com isso.”, revela.
De acordo com o especialista, os bilhetes rejeitados são trocados nos países vizinhos e, também, nos Estados Unidos.
Carlos Aponte disse que essa reclamação já chegou ao Banco Central do Paraguai que informou que, por se tratar de moeda estrangeira, não pode interferir.
Na opinião dele, como os bilhetes são autênticos e estão vigentes nos EUA, caberia à embaixada americana interceder junto ao BC paraguaio.
Então, antes de pensar em fazer compras do outro lado da fronteira, verifique se os seus dólares não são “uma furada”, para não ter problemas ao pagar a conta.