Giba – Bendito é o fruto

Para aqueles que não o conhecem, Giba é o meu cachorro

Foto ilustrativa: Pixabay

Giba – Bendito é o fruto

*Por Carlos Galetti

Para aqueles que não o conhecem, Giba é o meu cachorro. Resolvi compartilhar com todos o seu sofrimento, talvez apareça uma alma caridosa que apresente alguma solução.

Ocorre que o Giba foi o pioneiro aqui em casa, chegou piá em 2007. São 14 anos de praia, pode-se dizer que seria um surfista, não fosse a idade já avançada, os problemas neurológicos, enfim as deficiências naturais da idade.

Enquanto o Giba estava desfrutando seu reinado, eis que chegam os gatos e gatas, sendo atualmente nove. Já me dirigi ao Sindicato dos Cachorros pra ver se revertia a situação, isso sem ferir as suscetibilidades da mulher e da filha.

Os nove são jovens, transformando o pobrezinho em verdadeiro brinquedo, pulando em cima do coitado, querendo que corra, quando lhe é difícil até deslocar-se devagar.

Entretanto, o pior é o transtorno psicológico, pois pelo menos dois gatos, ao longo do processo, que eram meninas, descobriu-se serem meninos. De forma que a “Bellinha virou Belinho”, enquanto “a Mil virou o Mil”, fazendo com que o Giba olhe, ouça e não entenda nada.

Giba, o eterno herói, passou a ser, pela definição que aprendi na escola, uma ilha, pois trata-se de um solitário cachorro cercado de gatos por todos os lados.

Velhinho, com problemas neurológicos, perdeu até as pretensões políticas. Parece até que sabia do seu destino traiçoeiro, desistindo lá trás da pretensão de ser vereador. Sepultou suas aspirações, preferindo fazer carreira solo, dedicando-se mais as artes e aos pleitos mais na esfera internacional.

Imaginem isso, resolveu apresentar seus reclamos ao Tribunal de Haia, reivindicando que os gatos sejam julgados por um Tribunal Superior, de preferência o STF. Argumentei que iriam lhe cobrar propina, mas o pobre animal está irredutível.

Confesso que chego a concordar com o reclamante, mas a repercussão pode ser desastrosa, fico pensando se pode sobrar algum problema para mim.

Quanto aos gatos, tenho notado que estão de orelha em pé, vivem cochichando pelos cantos, pararam de incomodar o Giba que, com seus atos, tem dado grande demonstração de estrategista.

Minha mulher agravou a situação, pois todos os dias, por várias vezes, na hora do lanche, em que dá frango para os ditos, separa o Giba dos gatos, criando a cisalha da discordância. Os gatos e o Giba ficam se mirando pela porta de vidro que os separa, pensando sabe-se lá o que.

Ela diz que o faz para que os gatos o deixem comer em paz, mas fica um ar de preferência.

Estou pensando, seriamente, solicitar o apoio da ONU na questão, pois sinceramente antevejo coisas mais sérias, tal qual a eclosão de conflito mundial, envolvendo gatos versus cachorros.

Estou mais sossegado, o Giba diz que está só assustando os gatos, sorrindo e piscando pra mim.

Au Mi… parece até marca de celular.

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

Sair da versão mobile