O governador de Alto Paraná, Roberto González Vaesken, e o secretário de Indústria e Comércio, Iván Airaldi, vêm ao Brasil, na semana que vem, para uma reunião com diretores da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Tema: a paralisação de produção nas maquiladoras de Ciudad del Este.
A notícia é do jornal Vanguardia, que acrescenta a informação de que, nos últimos dois meses, quatro fábricas maquiladoras fizeram demissão em massa de empregados, alegando problemas econômicos: Happy Jeans e Kuomei, da Zona Franca Global de Ciudad del Este; Mabhe S.A. e Avenpar S.A., instaladas no km 12 de Acaray.
Iván Airaldi disse que a viagem ao Brasil é em busca de alternativas, já que a situação das maquiladoras é provocada pela crise brasileira.
O Vanguardia destaca que, das 153 maquiladoras que operam no Paraguay, 47 funcionam em Alto Paraná, empregando 4.296 pessoas, segundo dados do Conselho Nacional de Indústrias Maquiladoras de Exportação.
Essas unidades estão instaladas no Paraguai, mas dependem de uma matriz estrangeira. Elas funcionam reguladas pela Lei de Maquila, para montagem total ou parcial de componentes importados, com os quais são elaborados produtos para exportação, principalmente ao Brasil.
Fuga
O economista Daniel Mujica, de Ciudad del Este, diz que as maquiladoras são “capital golondrina”, isto é, investimentos de curto prazo, que fogem do risco.
‘Elas se instalam quando a situação está boa e, quando não está, vão embora. Por isso o Paraguai deve dar atenção a empresas que deem valor agregado a nossa matéria-prima”, afirma.
Segundo o economista, o tipo de câmbio não está favorável para a maquila, assim como a conjuntura econômica e política do Brasil.
“Não sabemos que decisões tomará (o presidente eleito) Bolsonaro”, mas ele “já expressou que pretende aproximar-se mais do Norte que do Sul, que lhe interessa mais os Estados Unidos que o Mercosul”, diz ainda o economista.
A sugestão de Mujica é que o governo paraguaio promova a industrialização que dê valor agregado à matéria-prima paraguaia.
“Exportamos quase todos os nossos grãos, não lhes damos valor agregado. O forte de nossa economia é que temos matéria-prima genuína. Teríamos vantagens competitivas se a industrializarmos”, conclui o economista.