Os iguaçuenses que abastecem o carro em Ciudad del Este talvez tenham que voltar a encher o tanque com a (cara) gasolina do Brasil.
Segundo o Vanguardia, a greve dos caminhoneiros paraguaios, que começou na sexta-feira (26), já afeta o estoque de combustível de postos de Ciudad del Este, principalmente de gasolina.
Ontem, 29, já havia imensas filas num dos poucos postos que ainda contam com gasolina.
Os caminhoneiros estão parados porque exigem que o governo cancele a permissão para que caminhões do tipo bitrens circulem no Paraguai.
Embora o governo diga que os bitrens só poderão circular entre Pedro Juan Caballero, na fronteira com o Brasil, e Concepción, os caminhoneiros temem que a medida seja estendida para todas as rotas do país.
Eles consideram que não teriam como competir com este tipo de transporte, que vem a atender os produtores de soja do Brasil, onde os bitrens são comuns.
O governo paraguaio quer justamente que parte da produção de soja do Mato Grosso do Sul seja transportada pela hidrovia do Rio Paraguai. A previsão é que seriam escoadas 1 milhão de toneladas.
No Paraguai, há cerca de 35 mil motoristas de caminhão, que atendem trajetos de curta, média e longa distâncias.
Um dos líderes da paralisação dos caminhoneiros é Roberto Almirón, do departamento de Alto Paraná, ao qual pertence Ciudad del Este.
Almirón ameaça parar o Paraguai inteiro. “A economia do Paraguai marcha sobre rodas. Se nós paramos, faltarão alimentos e combustível (…) Se não formos escutados, vamos fechar todas as rodovias”, afirmou, segundo o jornal ABC Color.