Você sabe o que é sociocracia? Pois um grupo de empreendedores e servidores públicos de Foz do Iguaçu aprendeu sobre este conceito para colocá-lo na prática.
Este grupo participou do curso Sociocracia 3.0, promovido pela Adere (Associação de Desenvolvimento de Esportes Radicais e Ecologia) em parceria com a Itaipu Binacional. O workshop foi ministrado no Clube Amambay, em Foz do Iguaçu, entre os dias 18 e 20.
A ideia do curso é que o participante aprimore suas tomadas de decisão dentro da organização em que atua, com maior capacidade de responder aos constantes desafios do mercado e da sociedade.
Entre os participantes estava o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Ivan Baptiston. Entusiasmado com o conteúdo, Baptiston diz ser possível aplicar os conceitos da sociocracia em todos os segmentos de grupo, como as instituições, nas famílias, entre amigos, ONGs ou associações.
“Nós, enquanto gestores públicos, vivemos em uma estrutura quase autocrática, encaixotada, dura e tensa. E quando a gente viaja e se aprofunda na sociocracia é possível ver o quanto dinamismo você pode empreender dentro de uma instituição”, avalia.
Depois das práticas vivenciadas ao longo do treinamento, Ivan defende que com a sociocracia é possível ousar e aplicar uma série de ferramentas, encontrando soluções com consentimento de todos e que atendam, de modo geral, o interesse do coletivo das organizações.
A designer de moda Carla Torres, de Curitiba, que é ativista social e entusiasta do trabalho colaborativo, veio a Foz exclusivamente para participar do treinamento. “Tenho um grupo de coworking e já trabalhamos com o pensamento da ação compartilhada, mas não tínhamos a metodologia específica, porque tudo o que temos são modelos hierárquicos. A sociocracia nos apresenta ferramentas importantes para aplicar em nossos grupos”, diz.
A gestora pública Aline Albuquerque, de Foz do Iguaçu, e, acredita que é possível adaptar ferramentas inovadoras, inclusive em organizações com sistema hierárquico rígido. “É uma mudança de mentalidade que te convida a começar a pensar e a rever a estrutura organizacional. É um despertar para começar a repensar modelos de tomada de decisão, por exemplo. Neste processo participativo conseguimos ouvir e envolver as pessoas de modo muito interessante”, explica.
Taiuska Lima, organizadora do evento, explica que a ideia de promover o curso foi para que todas as organizações tenham ações mais eficazes a partir do envolvimento dos integrantes. “Para que as vozes sejam ouvidas de forma mais harmônica, sem imposições ou autoritarismo. Para que os membros “apareçam” e ajudem no crescimento da organização”.
As consultoras Ruth Cristina de Andrade e Tanya Christina Stergiou, que ministraram o curso e compartilharam experiências a respeito da aplicação e resultados da sociocracia, dizem que nas organizações normalmente são enxergadas apenas as partes, e não o grupo como um todo.
“É preciso começar a enxergar a interconexão entre todas as coisas e pessoas”, afirma Ruth.
Ah, sim, Sociocracia significa “governança por pares ou colegas”. É um sistema de tomada de decisão, governança e desenho organizacional que vem se tornando cada vez mais popular, baseado em princípios-chave como transparência, equivalência e eficácia.