O Exército do Povo Paraguaio (EPP) cometeu um novo ataque contra uma fazenda de brasileiros, no departamento de San Pedro, na madrugada de sexta-feira (7).
Desta vez, não mataram nem sequestraram. Mas queimaram três pequenos aviões utilizados na pulverização de lavouras, além de um trator e um caminhão.
Depois, deixaram com os peões um pendrive e panfletos com a proibição de utilizar inseticidas na lavoura.
Eram cerca de 15 homens do EPP, fortemente armados, segundo a Polícia Nacional.
A fazenda atacada pertence ao brasileiro Evaldo Araújo.
“Terroristas”
“Graças a Deus não há feridos, mortos ou sequestrados”, disse o ministro do Interior do Paraguai, Juan Ernesto Villamayor, que classifica os integrantes do EPP como “terroristas”.
O EPP é uma mistura de doutrinas marxistas com defesa radical do meio ambiente.
Eles atacam grandes propriedades, normalmente de colonos brasileiros, por considerar que as terras deveriam ficar com os paraguaios.
No último dia 19 de novembro, sete integrantes do EPP atacaram uma fazenda e executaram o empresário brasileiro Valdir de Campo, numa área que estava sendo desmatada para a prática da agricultura, o que eles também condenam.
Vídeo
A execução foi filmada e acabou chegando ao público paraguaio. O vídeo mostra a agonia do brasileiro e que os homens que atiraram nele eram menores, provavelmente num “batismo de fogo” para participar do Exército do Povo Paraguaio.
O vídeo foi apresentado pelo governo paraguaio a jornalistas e acabou ganhando difusão nacional, o que gerou críticas e a suspeita de que isso ocorreu por exigência dos próprios guerrilheiros. O governo nega.
Aviso de morte
Na fazenda onde foi assassinado o brasileiro, foi encontrado um folheto do EPP com o alerta de que os guerrilheiros proíbem o cultivo de soja, milho e outros produtos com uso de agrotóxicos.
E que quem for surpreendido cultivando soja e milho transgênico “será fuzilado”.
Conclui o folheto: “Soja, milho transgênico = morte”.
Sem resultado
A Força Tarefa Conjunta, criada pelo governo paraguaio para combater o EPP, até agora não teve resultado expressivo.
O EPP é formado por cerca de cem homens e mulheres, que de dia se misturam à população dos vilarejos da região e, à noite, vão para acampamentos, para planejar e executar ataques às propriedades.
Fonte: Última Hora