A gente não tem sossego. Quando tudo parece tranquilo, começam de novo a aparecer na imprensa notícias que põem a região de fronteira em evidência negativa.
A última é a matéria distribuída ontem, 15, pela agência de notícias americana Associated Press, informando que os terroristas do Hezbollah lavam dinheiro aqui na fronteira.
A Associated Press diz que a informação consta de um relatório publicado pela consultoria Asymmetrica e pela ONG Counter Extremism Project.
Segundo o relatório, a crise na Venezuela e a inflação na Argentina, “junto com a corrupção enraizada na região e a fiscalização negligente”, estão ajudando a impulsionar uma economia ilícita estimada em US$ 43 bilhões por ano.
E aponta o que contribui para isso: facilidade para lavar recursos ilegais, mercado negro de cigarros, narcotráfico, tráfico de pessoas e vendas ilegais de armas. Essas condições atraíram organizações criminosas do mundo inteiro para a região, segundo o relatório, que cita duas cidades em especial, Foz do Iguaçu e Ciudad del Este.
“(A área da tríplice fronteira) tornou-se um epicentro, ou um shopping, de todos os bens e dinheiro ilícitos que você precisa para financiar suas operações”, diz Stuart Page, um dos autores do relatório, citado pela Associated Press.
A gente completa: é claro que a ação do megadoleiro brasileiro Dario Messer no Paraguai, com amizades na mais alta esfera do governo de lá, não contribui para melhorar a imagem da região. Muito menos a “corrupção enraizada” citada pela agência de notícias, tanto no Brasil como no Paraguai.