Hospital Veterinário
*Por Carlos Galetti
Vocês lembram do Zé Trovão, não o caminhoneiro, me refiro ao gato lá de casa que um dia fugiu? Pois é, figurou nas notícias de novo, dessa vez por ter ficado doente e hospitalizado.
Eis que um dia o bicho estava meio mole, sem disposição pra nada; nem a vizinha, uma gata bonitona fazia o bichano reagir. Confesso que começamos a ficar preocupados, não era possível, afinal se tratava do gato mais ativo dos nove, sempre aprontando alguma.
Isso tudo aconteceu na sexta. O levamos para o veterinário, foi medicado e voltou pra casa. Diminuiu um pouco a tensão, mas ainda não estava totalmente bom. Por recomendação ficaria em observação.
Na noite de sexta para sábado a situação agravou um pouco mais, quadro de vômitos, prisão de ventre e indisposição. Dava pena do sujeito, parecia nocauteado, não havia disposição nenhuma, estava entregue às baratas, e olha que era um exímio caçador.
Sábado pela manhã observamos que não estaria fazendo suas necessidades, o que aumentou a preocupação. Decidi levá-lo para o veterinário, teríamos que aprofundar a pesquisa, pois o maroto já estava, além de não fazer as necessidades, nada ingerindo, ficando fraco.
Deixei o nosso amiguinho no hospital veterinário, para aguardar e, por orientação do veterinário, fui pra casa, pois no consultório em nada poderia ajudar.
Em casa polvorosa, esposa e filha apreensivas, eu tentando ser o machão da casa. Recebia os boletins, informando que estaria em estudo a mazela, que num raio X realizado descobriram um corpo estranho no intestino. Chegou-se a falar na necessidade de cirurgia, para remover o que estivesse obstruindo as fezes do animal.
Mas como dizia a minha avó, não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe. No domingo, veio a boa notícia, uma foto do estrago que o bichano fez na primeira vez que evacuou.
Mas ainda havia a incógnita: o que ocasionara o problema? Numa investigação mais apurada das fezes, observou-se o corpo estranho, que nada mais era do que uma bola de pelo.
Vamos esclarecer, os gatos vivem tomando seus banhos sumários ao se lamberem. Ficam se lambendo, proporcionando aquele pelo brilhoso e bonito, mas neste proceder, ingerem enormes bolas de pelo, o que pode ser prejudicial.
Daí existirem até medicamentos que fazem esses pelos serem descartados do organismo. Ufa! Que sufoco.
Sabe o que o safado veio me pedir quando me viu escrevendo sobre o assunto, que dissesse que foi para o hospital, que não colocasse o termo veterinário, pode? Mania de gente.
O último detalhe, que já ia esquecendo, o safado caindo pelas tabelas, estava de paquera com uma gata no hospital, é um garanhão.
Inté!