Ibama lança campanha contra a soltura de tucunarés no Pantanal

A medida vai contra uma Lei, aprovada pelos vereadores de Foz do Iguaçu, sem levar em conta a base científica dos problemas causados por essas espécies

Folheto distribuído pelo Ibama na região do Pantanal. Foto: divulgação

Uma campanha lançada, na semana passada, pela superintendência do Ibama no Mato Grosso do Sul, está orientando pescadores amadores, esportivos e turistas a NÃO devolver aos rios espécies de peixes exóticos, entre eles, principalmente, o tucunaré azul e amarelo.

A campanha vai contra uma Lei, aprovada pelos vereadores de Foz do Iguaçu, sob a batuta do ex-presidente do Legislativo local Ney Patrício, que obriga a soltura dessas espécies, depois de fisgados, apesar de toda a comunidade científica do Brasil e do exterior ter alertado sobre os perigos à fauna aquática que elas representam, quando fora do ambiente de origem.

Mas tem coisa pior: o deputado estadual Matheus Vermelho, eleito por Foz, também apresentou um projeto semelhante na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), para obrigar a soltura dessas verdadeiras pragas predadoras em todo o Estado.

Os materiais com explicações sobre a campanha estão sendo distribuídos em comércios e arredores de pontos de pesca na região do Pantanal (veja AQUI).

O texto traz a seguinte informação:

“As espécies de peixes exóticos listados abaixo, quando fisgados nos rios da bacia do Pantanal em Mato Grosso do Sul, NÃO DEVEM SER SOLTAS, pois não pertencem a essa bacia e causam interferência negativa nas populações das espécies nativas do Pantanal.

A lista inclui:

  • Tucunaré azul (Cichla piquiti)
  • Tucunaré amarelo (Cichla kelberi)
  • Tambaqui (Colossoma macropomum)
  • Tambacu (Híbrido Colossoma macropomum x Piaractus Mesopotamicus)
  • Pirarara (Phractocephalus hemioliopterus)
  • Corvina (Plagioscion squamosissimus)

Para entender o que ocorre nos rios: toda espécie exótica que entra no ambiente diferente ao seu de origem, altera toda a cadeia alimentar da espécie nativa”.

 

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