Imagens do Dia: a delicadeza da arte em três mostras no Ecomuseu

O público gostou e se emocionou. Foto: Nilton Rolin

A palavra “delicadeza” chama a atenção no texto distribuído pela Divisão de Imprensa de Itaipu sobre “o ponto comum das três exposições abertas no Ecomuseu de Itaipu”, ontem (18), e à disposição do público até março de 2019.

As mostras trazem trabalhos de Sway Luccas Cristalvo, Poesia do Movimento e Aovyta e podem ser vistas pelo público de terça a domingo, das 8h às 17h.

“Apesar de apresentarem peças e contextos totalmente diferentes, a sutileza dos detalhes chama a atenção dos visitantes. Em alguns casos, o resultado pode ser visto como uma mensagem de amor”, diz o texto inspirado da Divisão de Imprensa.

Delicadeza foi também a palavra utilizada pelo diretor de Coordenação de Itaipu, Newton Kaminski, ao se referir aos objetos expostos. Ele se disse emocionado.

Autismo

As telas de Luccas Cristalvo revelam as potencialidades de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Du Salzane, artista responsável pela Poesia em Movimento, consegue transformar resíduos em peças delicadas que se assemelham a minicenários.

Carregados de significados, os teares feitos à mão da centenária indústria têxtil paraguaia completam as mostras que estão sendo expostas pela primeira vez no Ecomuseu.

Na abertura, o público também se emocionou com o discurso do jovem artista Luccas Cristalvo, autor da mostra homônima.

Diagnosticado com autismo em 2016, aos 16 anos, foi a primeira vez que ele falou em público.

“Quem me conhece sabe como é difícil eu estar aqui”, afirmou. “Com amor, pois através dele é que vemos as coisas com mais tranquilidade, dedico essas pinturas e esse momento a todas as crianças que sofrem com autismo e que, assim como eu, já foram mal interpretadas.”

“Comecei a pintar com tinta a óleo há dois anos. Eu pinto o mundo como vejo. Procuro transformar o estresse do dia a dia em algo tranquilo, até mesmo os sons”, revelou o artista.

Uma de suas musas inspiradoras é a namorada Katrin Alice. Ela aparece em vários dos 42 quadros de Luccas.

“O amor dele e a forma como se expressa me emociona. É o presente mais lindo que já recebi e é difícil retribuir”, disse Katrin.

Movimento

As esculturas de madeira (autômatos) de Du Salzane revelam como restos de árvores, folhas e até objetos caseiros podem ser transformados em arte. O tema escolhido para a montagem das esculturas retrata a formação e a paixão do artista. “Sou torneiro mecânico e palhaço. Procurei utilizar meus conhecimentos de mecânica para dar vida ao lixo. As 20 esculturas têm um certo movimento. Como todo palhaço, meu objetivo é transmitir amor e alegria através desses autômatos”, explicou.

Entre os destaques estão o astronauta de madeira à espera do foguete, um máquina de costura que recebeu dois moradores e uma pessoa com asas pairando sob o ar.

Cultura têxtil

Ayovita, cuja tradução é “tear” em guarani, retrata um pouco da indústria têxtil do Paraguai, antes da produção em massa dos vestuários. As peças pertencem ao acervo do Museo de Itaipu Tierra Guarani e inclui tecidos, materiais utilizados na confecção das peças e réplicas de teares.

Ana Burro, arquiteta do museu paraguaio, contou que essas peças estavam armazenadas há mais de 30 anos e foram restauradas para a exibição ao público. “Todo o acervo foi restaurado. Para nós, é muito gratificante contar uma pouco da história do tear, que é tão antiga quanto a da humanidade”, afirmou.

Aqui, a gente mistura tudo: você vai identificar que os quadros são de Luccas, as esculturas de Du Salzanne e os vestuários fazem parte da mostra Ayovita. Viaje nas fotos de Nilton Rolin:

 

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