Imaginem o mundo sem Internet?
*Por Carlos Galetti
Esta semana fiquei sem internet, já pensou nessa loucura?
Comecei a babar, ter sintomas de infarto, vista turva, taquicardia… Enfim, pensei chegar a minha hora. Podem dizer que é frescura, pois é. Antigamente, não tínhamos internet e sobrevivíamos perfeitamente.
É que temos que avaliar a importância pessoal e tecnológica. Hoje, reclamamos dos nossos jovens viverem pendurados num computador, quando antigamente ficaríamos tão felizes que fossem mais calmos e caseiros.
Ocorre que os jovens fugiram do equilíbrio no que concerne ao uso do computador. O usam mais de forma pessoal que tecnológica. 90% de jogos cibernéticos e 10% de pesquisas escolares.
Em sendo assim, temos que impor regras para os nossos filhos, procurando disciplinar este tempo, entre estudo e diversão. Quando tentamos colocar regras, nos consideram “nazistas”, quando nos desvencilhamos do controle, do envolvimento, corremos o perigo de perdê-los.
Esta semana, quando fui privado, por um dia apenas, da internet, tive a ideia deste texto. Sábio não é aquele que vê muitas coisas, mas aquele que vê o importante nas pequenas coisas, frase que ouvi nem sei onde, mas que encerra muita verdade.
Estamos nos deixando escravizar pelas redes sociais, pelos “joguinhos”, pelas máquinas tecnológicas. Priorizamos as redes em detrimento do contato corpo a corpo. Esquecemos de namorar, beijar e sonhar.
No mundo cibernético, não se olha no olho, as personalidades são maquinais, os valores que nós, antigos, cultuávamos perderam valor. Coisas como amor, sinceridade, caridade, respeito, etc, saíram do contexto.
Enquanto escrevo,Crõni lembro de um monólogo que ouvi há muitos anos, declamado pelo falecido ator Marcos Paulo, numa novela da Globo, no tempo do passado.
“Estava morrendo a última flor na face da terra, a população que restara reuniu-se no entorno para ver o evento. Morta a flor, ficou só um casal jovem parado, olhando, enquanto todos se retiravam.
Acontecera a última grande guerra, pois os homens queriam a montanha e o vale.
O casal resolveu molhar a planta, assim o fizeram todos os dias, durante muitos dias. A flor renasceu, resplandeceu, ficou viçosa. O rapaz notou como era macia a pele da moça, enquanto a moça sentiu prazer na companhia do moço.
Assim foi, até que quem estava na montanha queria o vale, e quem estava no vale queria a montanha, mas ninguém queria sair de suas posses. Tudo recomeçou, até quando?”
A tecnologia, tão necessária, mas as vezes tão maléfica, nos traz à reflexão de onde iremos parar. Um mal necessário ou um bem imprescindível?
Vamos tentar uma conciliação, olhemos sem medo de demonstrar o amor que sentimos, falemos sem reservas dos nossos sentimentos, pratiquemos mais o bem, olhemos para o necessitado que nos pede ajuda, nem sempre é um drogado ou um mal intencionado, pode ser somente mais um sem oportunidade.
Pense nisso e boa semana.
*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg.
Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.