Em sua primeira entrevista coletiva no cargo, o novo diretor-geral brasileiro de Itaipu, Marcos Stamm, mostrou a que veio.
Não escapou pela tangente de nenhuma pergunta e se saiu bem, mesmo falando para uma plateia de jornalistas locais e de todo o Brasil. Os de fora, incluindo representantes da Folha de S. Paulo e do Uol, participavam em Foz do Encontro Nacional de Editores, Colunistas e Blogueiros (Enecob).
Stamm deu boas notícias – que os investimentos serão não apenas mantidos, mas ampliados, no Oeste do Paraná; que a Itaipu já está desenvolvendo o projeto de atualização tecnológica de suas unidades; e que está se preparando para 2023, quando a dívida para construção da usina estará quitada.
Em relação à negociação com o Paraguai sobre o Anexo C, documento no Tratado de Itaipu que fixa as bases financeiras e de prestação dos serviços de eletricidade para os dois países, Stamm disse que os estudos estão sendo preparados, “para que as partes contratantes, quando se sentarem à mesa, tenham todos os elementos necessários”.
Não se furtou a responder nem às insistentes perguntas de jornalistas nordestinos a respeito do apagão que atingiu aquela região, em março, embora Itaipu não tenha nada a ver com isso (e foi o que respondeu, mas de forma mais elegante).
Também falou sobre a privatização da Eletrobras. Embora a medida não atinja Itaipu, que pertence a dois países, ele disse que a empresa vai acompanhar de perto as negociações, mas sem participar diretamente.
“Devemos agir como espectadores, porque essa é uma decisão do governo”, afirmou. “A Itaipu pertence a um governo e nós agimos dentro das regras estabelecidas”, completou.