Uma história bacana, que lembra a que sempre nos conta o pessoal do nosso Refúgio Biológico Bela Vista, mantido pela Itaipu. Onde, aliás, a oncinha que nasceu ali completa um aninho em dezembro.
O Centro Experimental de Criação de Onças (Yaguaretés), na Reserva Natural Iberá de Corrientes, Argentina, recebeu há poucos dias uma jovem onça brasileira, de 6 anos de idade.
Isa, a onça, vivia no Criadouro de Onça Pintada do Zoológico de Curitiba. Chega à Argentina sem passaporte, mas com uma nobre missão: procriar.
O criadouro argentino, mantido pela The Conservation Land Trust (CLT), conta com três fêmeas, incluindo Isa, e dois machos. O projeto pretende a reprodução de filhotes em condições naturais e controladas, para que possam ser depois liberados na natureza, em Iberá, também conhecido como o Pantanal Argentino.
O criadouro argentino, desde 2007, já teve bons resultados com outros animais selvagens, entre os quais os tamanduás gigantes, as antas e as araras vermelhas, que praticamente já não existiam na região.
Um dos machos é paraguaio, mas é a primeira vez que o centro importa uma onça brasileira.
“Este projeto transcende as fronteiras. Acreditamos que, com três fêmeas e dois machos, em poucos meses poderemos comunicar a boa notícia do nascimento das primeiras onças de Iberá”, disse o coordenador de fauna da CLT.
Há pressa nesse objetivo. A população total de onças, na Argentina, é estimada em apenas 200 exemplares. É o animal mais ameaçado do país, restrito a poucas áreas, quando em outras épocas chegou a habitar do Norte da Argentina até a Patagônia.
No Brasil, calcula-se que existam 13 mil onças, a maior parte (10 mil) na Amazônia. Mas o processo de extinção está cada vez mais acelerado.
O futuro Parque Nacional Iberá, onde as oncinhas que nascerem passarão a viver (estamos na torcida para que nasçam muitas), tem superfície superior a 1,3 milhão de hectares de pastagens e pântanos. Ali vive uma fauna fabulosa, que inclui mais de 360 espécies de aves.
Fonte: CLT e imprensa argentina