Para alegria dos prefeitos lindeiros e satisfação do setor elétrico brasileiro, a produção de Itaipu, em 2018, foi espetacular!
Foi por pouco, mas a usina conseguiu bater a geração de 2017, e com isso 2018 ficou entre os quatro mais produtivos da história de Itaipu.
Ah, sim, e por que isso alegra os prefeitos? Simples, quanto mais Itaipu produz, maior é a fatia de repasse de royalties ao Brasil e ao Paraguai. Como, no lado brasileiro, aumentou a proporção que cabe aos municípios – de 45% para 65 – e o dólar continua alto (a energia de Itaipu é comercializada em dólares), os prefeitos já garantem uma boa bufunfa extra aos cofres municipais.
O repasse de royalties é feito mensalmente, dois meses depois do fator gerador. Isto é, os royalties da produção de novembro serão repassados por Itaipu ao Tesouro Nacional em janeiro. Depois, o Tesouro distribui a quem tem direito. O detalhe é que novembro teve em Itaipu a maior produção mensal da história…
Os cinco anos
Royalties à parte, entremos no detalhe da produção em si. No ano passado, Itaipu gerou 96.585.596 MWh, um pouco acima da produção de 2017, que foi de 96.387.357 MWh. Com isso, 2018 subiu para o quarto posto entre os anos com maior geração.
Todas as cinco maiores gerações anuais da Itaipu ocorreram em anos recentes (em ordem crescente: 2017, 2018, 2012, 2013, 2016), o que comprova um aumento da eficiência da área técnica da empresa.
De acordo com o diretor técnico executivo da empresa, Mauro Corbellini, a elevada produção de energia em 2018, e desses anos recentes, é explicada pela eficiência operativa da usina. “Foi um ano especialmente desafiador, porque oscilou entre períodos de alta produção com períodos de afluência abaixo da média e restrições de demanda. Mesmo assim, fechamos com a quarta maior produção”, celebra.
Em 2018, o Fator de Capacidade Operativa (FCO), um índice que mede o quanto a utilização do recurso hídrico foi bem sucedida, foi de 99,3%; o segundo melhor da história. Nos últimos cinco anos, esta média está em 98,6%. “Para 2019, nossa equipe continuará se dedicando, trabalhando com comprometimento para este setor que é tão estratégico às sociedades brasileiras e paraguaias”, conclui.
Para o diretor-geral brasileiro, Marcos Stamm, essa e outras marcas de Itaipu mostram o compromisso da empresa que, mesmo num ano de dificuldade hidrológica, se supera para garantir o desenvolvimento regional do Brasil e do Paraguai. “É um trabalho constante que requer o comprometimento de brasileiros e paraguaios na gestão operacional e estratégica da usina”, afirma.
A energia gerada em 2018 pela usina poderia abastecer todo o planeta por um dia e 13 horas, o Brasil por 2 meses e 14 dias, o Estado de São Paulo por oito meses e 28 dias ou uma cidade do porte de Curitiba por 21 anos, cinco meses e dez dias.
Seca e abundância
Durante o ano, houve dois períodos diferentes. Nos primeiros cinco meses, com água em abundância, Itaipu gerou com força. De maio e setembro, por conta da escassez de água, a produção diminiu. Junho foi o pior mês, com uma produção abaixo dos 6,4 milhões de MWh.
A partir de outubro, a geração voltou a subir. Além de bater o recorde de melhor novembro, com 9,3 milhões de MWh gerados naquele mês, Itaipu chegou, em 28 de novembro, à marca de 2,6 bilhões de MWh gerados desde o início da produção, em maio de 1984. Produção que dificilmente será superada por qualquer outra geradora de energia.
Em dezembro, começaram as “ultrapassagens” já dentro das dez melhores marcas. No dia 8, por exemplo, a produção superou a do ano de 2007. Depois, em média a cada dois dias, as outras marcas foram sendo vencidas até que, no dia 23 de dezembro, a geração de 2018 entrava no “top five”, desbancando 2008 e fazendo com que todas as cinco melhores produções fossem de anos recentes.
Às 2h08 do dia 31, a produção de 2018 superou a de 2017, assumindo, finalmente, a quarta melhor marca histórica.