Ontem (18), a Itaipu inaugurou a primeira fábrica piloto do Brasil para produzir petróleo sintético sustentável para a aviação (Sustainable Aviation Fuel – SAF).
Esse combustível é importante, principalmente, porque é produzido com hidrogênio verde (obtido com fontes de energia limpas e renováveis) e biogás (gás obtido da decomposição de dejetos animais e vegetais em estufas).
Com um investimento de 1,8 milhão de euros do governo alemão, por meio do Ministério Federal da Cooperação Econômica e Desenvolvimento da Alemanha (BMZ), a planta é projetada para produzir 6 kg por dia de bio-syncrude, uma mistura de hidrocarbonetos criada a partir de biogás e hidrogênio verde, destinada à produção de SAF.
O processo utiliza até 50 metros cúbicos normais por dia (Nm³/d) de biogás gerado na unidade de biodigestão da Itaipu, combinado com 53 Nm³ de hidrogênio verde produzido pelo Parque Tecnológico Itaipu (PTI).
O bio-syncrude produzido na Unidade de Produção de Hidrocarbonetos Renováveis será enviado para o Laboratório de Cinética e Termodinâmica Aplicada (Latca) da UFPR, em Curitiba, para caracterização e refino, visando obter frações de combustível sustentável para aviação. Além disso, o Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (Labmater) da UFPR, em Palotina, conduziu estudos sobre o processo de reforma a seco do biogás e desenvolveu os catalisadores utilizados na planta.
Segundo Rafael Hernando de Aguiar Gonzalez, diretor-presidente do CIBiogás, o Paraná tem um potencial para produzir 15 mil metros cúbicos por ano de SAF.