A obra que foi um “atrevimento” de países pobres já chegou aos 44 anos. Na verdade, não a obra em si, que começou em janeiro de 1975, mas a criação da Itaipu Binacional, que completa nesta quinta (dia 17) mais um aniversário.
Maior hidrelétrica do mundo em volume de energia, Itaipu foi considerada uma ousadia, à época, já que os dois países que se associaram para a construção eram pobres, embora um deles gigantesco e já com uma indústria razoável.
Passaram-se pouco mais de nove anos de obras até Itaipu começar a gerar energia, em maio de 1984.
Quando estava com suas 18 unidades geradoras em funcionamento, em 1991, o Brasil em crise já nem precisava de tanta energia. Mas, menos de dez anos, depois ela já era fundamental para o abastecimento do país.
E o Paraguai, que por tantos anos usou só uma fatia do que tem direito, aumenta cada vez mais o consumo. E tem na energia elétrica barata e abundante um de seus maiores atrativos para investimentos, inclusive de empresas brasileiras.
Hoje, a energia produzida por Itaipu equivale a 16% do consumo do Brasil e 90% do Paraguai. E se traduz em outros benefícios, como os mais de US$ 11 bilhões de royalties que já pagou para os dois países, e em programas e ações para o desenvolvimento sustentável do Brasil e do Paraguai.
Um pouco de história
Itaipu é o resultado de um trabalho incansável de diplomatas e juristas do Brasil e do Paraguai, com base em análises e projeções técnicas que se estenderam ao longo de muitos anos e culminaram com a assinatura do Tratado de Itaipu, em 26 de abril de 1973.
A usina binacional nasceu oficialmente 13 meses depois, numa solenidade em que foram empossados os integrantes do primeiro Conselho de Administração e da Diretoria. Sob o comando dos primeiros diretores-gerais – José Costa Cavalcanti, pelo Brasil, e Enzo Debernardi, pelo Paraguai -, Itaipu foi constituída para “estudar, projetar, dirigir e executar as obras que tem como objeto, pô-las em funcionamento e explorá-las”, como preconiza o Tratado de Itaipu, documento que rege a empresa.
Depois dos números grandiosos dos nove anos da etapa de obras – 40 mil trabalhadores no período de pico, lançamento de concreto suficiente para construir um prédio de dez andares a cada hora -, vieram os sucessivos recordes de produção, quebrados ano a ano e, às vezes, até mês a mês.
A instalação de mais duas unidades geradoras, que passaram a operar nos anos de 2006 e 2007, ampliou essa “vocação” para os recordes.
Em 2016, Itaipu atingiu 103,1 milhões de MWh, recorde mundial absoluto.
Agora em 2018, já são mais de 39,7 milhões de MWh gerados ante 36,4 milhões de MWh, em 2017, e 38,4 milhões, em 2016. A diferença é de mais de 3% em relação ao ano do recorde. Em produção acumulada, desde maio de 1984, são mais de 2,5 bilhões de MWh.
Viaje na história, em fotos do Arquivo da Itaipu