Itaipu: em vez de rebaixamento, vertimento abundante. Sobra água!

Sorte e azar dos turistas: visita com chuva não é muito agradável, mas espetáculo raro compensa. Foto: Adenésio Zanella

5 de outubro. Em Foz, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema, Luiz Eduardo Barata, informa que foi solicitado à usina de Itaipu aumento da produção em outubro. Se necessário, a usina poderia até deplecionar (rebaixar) o reservatório.

3 de novembro. O vertedouro de Itaipu abre na madrugada para verter o excedente de água. O reservatório está cheio. Vertimento vai prosseguir ao longo deste sábado, 4, e no domingo.

E não é pouca água. Na madrugada, chegou a 3,6 mil metros cúbicos de água por segundo, o equivalente a “uma catarata e meia”. E continua vertendo “uma catarata” ao longo deste sábado.

Muitos leigos, ao verem o vertedouro aberto, imaginam que é a usina produzindo em carga máxima. Na verdade, o vertedouro é como o ladrão na caixa d´água – quando chega a determinado nível, escoa o excesso. É assim em qualquer usina.

Itaipu verteu uma Catarata e meia na madrugada. E segue jorrando o final de semana inteiro. Foto: Adenésio Zanella

A área técnica de Itaipu “odeia” quando é preciso verter água. Afinal, é desperdício, é a água que passou pelo reservatório e caiu fora sem passar pelas turbinas, sem gerar energia. Mas não é possível acumular, mesmo se sabendo que os reservatórios rio acima ainda estão baixos. Não dá pra mandar a água de volta.

Então, cabe a Itaipu fazer o que sempre faz muito bem: gerar o máximo possível pra aproveitar esta água abundante.

Foi assim no mês passado, o quarto melhor outubro na história da produção de Itaipu. E é possível prever também um bom novembro. A previsão é que, só nesses primeiros dias do mês, chova na região o equivalente à chuva de um mês inteiro, em anos normais.

Com água abundante e produzindo mais do que a média normal, Itaipu possibilita que os reservatórios da Região Sudeste possam se recuperar parcialmente. Se chover por lá um bocadinho, vai amenizar a crise hídrica e evitar o uso massivo das usinas térmicas, aquelas que nos custam o olho da cara.

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