Se não bastasse a subida do dólar e o temor que têm com o futuro funcionamento de free shops em Foz do Iguaçu, os comerciantes de Ciudad del Este estão vendo o movimento cair também por causa dos jogos da Copa do Mundo, principalmente quando o Brasil está em campo.
A queda nas vendas no dia do jogo do Brasil, sexta-feira (22), chegou a 80%, segundo disse o presidente da Federação de Câmaras de Comércio de Ciudad del Este, Antonio Santamaría, ao jornal Última Hora, de Assunção.
“A desvalorização do real é um problema que vemos se arrastando desde maio, mas, ainda que pareça mentira, o tema do futebol aprofunda a crise dos comerciantes, porque capta toda a atenção dos brasileiros”, disse.
A queda do real, de 11%, diminuiu o poder aquisitivo dos brasileiros que vão fazer compras no Paraguai, prejudicando o comércio de fronteira.
Santamaría disse que algunas empresas, principalmente as de maior porte, que têm um custo operacional maior, já estão tendo que diminuir o número de empregados temporários.
“É um custo muito alto ter em um armazém um trabalhador sem fazer nada, e esta situação está ocorrendo progressivamente”, disse.
“O anúncio de que será mantida a cota de US$ 300 é uma notícia que trouxe um pouco de calma aos empresários, mas, ainda assim, se não se vende nada, a situação é a mesma”, afirmou Santamaría, lembrando que o setor está muito preocupado com a entrada dos free shops em Foz do Iguaçu.
“Estamos conversando com autoridades do governo e com as que vão assumir, mas cremos que a alternativa para que continuemos sendo competitivos é um imposto único”, disse. No caso dos free shops brasileiros, o único imposto será de 6% para produtos importados e 3% para os nacionais.