La em casa deu cria

Tudo começou com o Steve, aquele gato do vizinho, que nos visitava com frequência

Foto ilustrativa: Pixabay

Lá em casa deu cria

*Por Carlos Galetti

Deixe que refresque a memória de vocês.

Tudo começou com o Steve, aquele gato do vizinho, que nos visitava com frequência, mas se comportava ou tinha opção sexual diferenciada. A verdade é que depois daquilo começou a pipocar gato em todas as casas da rua.

Quando o vizinho mudou, confesso que até experimentei uma certa alegria, pois via a possibilidade de encerrar ali aquele capítulo.

Ledo engano, veio a tristeza da minha filha por ter perdido o Steve, a gravidez da gata da vizinha de frente, sobrando um macho da cria para minha filha, o Lochi, perfeita encarnação do Steve, caso tivesse esticado as botas. O que fui conferir em rápida visita ao antigo vizinho.

A irmã do Lochi ficou na casa da vizinha em frente, as visitas esporádicas ao irmão se tornaram mais frequente e, logo, já estava no sofá de barriga pra cima, assumindo seu espaço. Dancei de novo.

A casa da vizinha de frente não parava de produzir gatos, parecia até produção de coelhos. Surge no pedaço a Malha, outra visitante inesperada que, em pouco tempo, apoderou-se do seu espaço. Confesso que estou preocupado em perder meu espaço.

Pensamos no Lochi, cercado de gatas e muito assanhado. Castramos o garanhão e pensamos ter resolvido o problema. Enquanto olhávamos para o Lochi a Malha foge. Tristeza e consternação, pensei e adivinhei, vai voltar grávida. Não deu outra.

Deu cria a duas tigresas cinzentas, que conseguem reunir todas as traquinagens que vocês possam imaginar. Caiu alguma coisa, pode procurar quem está perto. Noutro dia derrubaram um vinho especial, que guardava para uma ocasião especial que nunca chegava. Agora foi.

Tenho uma surpresa pra vocês, a Malha fugiu de novo. Voltou e, adivinhem, estava grávida. Deu à luz a três gatinhos, um macho e duas fêmeas. O macho já tem interessado, mas minha mulher está relutante, estamos correndo o risco de ter mais três membros no paraíso dos Galetti.

Bem vejam, o Steve foi embora, mas deixou uma praga, a sina de que aqui teríamos muitos gatos ainda. Veio o Lochi, depois a Anne, mais um pouco depois a Malha, a ninfomaníaca. Da Malha já temos as tigresas, a Perninha, a extremamente levada e a Sonsa, bem levada. Da atual cria temos o machinho de olho azul, e outras duas tigresas, o que torna muito suspeito um gato da rua que tem a mesma estampagem de tigre cinza.

Assumir que é bom ninguém assume.

Deixei por último pra falar da Panterinha, veio também da vizinha, uma velhinha que só ri quando dizemos que veio mais uma agregada. A Pantera, como o Lochi e a Anne, seus tios, é preta. Mas vejam que estranho, tem uma marca branca no pescoço, abaixo do queixo, igual ao do gato cinza da rua.

Ô gato garanhão!

*Carlos A. M. Galetti é coronel da reserva do Exército, foi comandante do 34o Batalhão de Infantaria Motorizado. Atualmente é empresário no ramo de segurança, sendo sócio proprietário do Grupo Iguasseg. 

Vivendo em Foz já há mais de 20 anos, veio do Rio de Janeiro, sua terra natal, no ano de 1999, para assumir o comando do batalhão.

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