O lado bom da chuvarada: na usina de Itaipu, produção em alta

Foto: Rubens Fraulini

A situação no Sudeste e no Nordeste não melhorou nada, mas as chuvas dos últimos dias já elevaram em quase meio metro o reservatório de Itaipu, garantindo que a usina produza muito sem risco de rebaixamento iminente.

Nesta terça-feira, às 11h, a usina gerava 13.282 megawatts, perto de sua capacidade máxima (14 mil MW). O reservatório estava na cota 219,15 metros acima do nível do mar (o “normal” varia entre 218,30m e 220,30m).

Em outubro, a vazão de água já realizada foi de 11 mil metros cúbicos por segundo. A previsão média do mês é de 10.700 metros cúbicos por segundo.

Espera-se chuvas acima da média histórica na região da usina para os meses de outubro e novembro. Até o dia 9, a usina havia produzido, para o Brasil e Paraguai, um total de 2,4 milhões de MWh com expectativa de chegar aos 8,2 milhões de MWh em todo o mês. Se isso acontecer, será o quinto melhor outubro dos 33 anos de operação da usina – a primeira unidade entrou em funcionamento em maio de 1984.

Acima do previsto

Caso a geração continue alta como o previsto, até o dia 20 a Itaipu já deve atingir a produção anual definida em contrato e estabelecida no tratado que criou a binacional, de 75 milhões de MWh (chamada de energia assegurada ou garantida da usina). Há 22 anos, a Itaipu vem entregando acima desse patamar.

Em 1995, a hidrelétrica ultrapassou, pela primeira vez, a produção prevista no tratado. Naquele ano, foram 77.212.396 MWh.

Em 1999, a usina superou a marca dos 90 milhões de MWh, com um total de 90.001.900 MWh. Em 2016, Itaipu ultrapassou os 100 milhões de MWh e fechou o ano com 103,09 milhões de MWh. É a única usina do mundo a superar essa marca. Este ano, até a manhã de 10 de outubro, a Itaipu produziu 72.531.930 MW.

Na semana passada, durante evento em Foz do Iguaçu, o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Eduardo Barata, disse que a Itaipu vai exercer um papel importante na estratégia de enfrentamento da escassez hídrica que afeta o Brasil neste segundo semestre, atendendo as solicitações da demanda nacional, se necessário, até o limite da potência e energia correspondente, contratadas pelo País.

Somada à demanda paraguaia, é provável que isso faça a geração da usina se elevar ainda mais.

Barata explica que, “ao aumentar o despacho de Itaipu, nós aumentamos a acumulação das usinas de cabeceira”, o que favorece o equilíbrio na geração hidrelétrica em toda a cascata do rio ao longo do tempo, inclusive para a própria Itaipu.

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