Lamentos

Como faz falta a paz de espírito, roubada por um vilão, sorrateiro, que não se sabe a que demônios atende

Ato na Praça da Bíblia, em Foz do Iguaçu. Foto: Áure Cunha/PMFI

Lamentos

*Por Carlos Roberto de Oliveira

Como faz falta a roda de samba, o tango e a guarânia com a sonoridade de seus acordes musicais esparramando-se pelos ares das três fronteiras e fortalecendo um sentimento fraterno de integração entre brasileiros, argentinos e paraguaios.

Como faz falta a livre movimentação destes pelos espaços dos três países, sem qualquer tipo de discriminação, cruzando os rios Paraná e Iguaçu ao encontro de algo beirando o ideal de um mundo sem fronteiras.

Como faz falta a paz de espírito, roubada por um vilão, sorrateiro, que não se sabe a que demônios atende, e cuja única atribuição é ceifar vidas.

Como dói a despedida forçada de alguém de algo que lhe é o que de mais precioso há, a vida, em uma espécie de penalização sem justificativa e nem razão de ser, e cuja indignação, juntamente com a tristeza, mais se acentua quando ocorre a manifestação de pesar e dor a quem fica.

Como revolta os danos mentais causados a quem é fragilizado pelo exagero de oportunistas na disseminação do medo causado por um agente virótico assassino que tem que ser combatido pela orientação correta por quem de direito e sem alarmismo.

Porém, o mais intrigante, e que causa uma certa repulsa, é a banalização dos sentimentos por aqueles que friamente aceitam as perdas de seres humanos que se despedem, precocemente, como se isto normal fosse, quando na realidade não o é, já que a vida não é uma banalidade, até porque ela não tem tempo nem espaço, pois simplesmente é….

*Carlos Roberto de Oliveira é empresário do ramo de logística em Foz do Iguaçu

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