O lucrativo “tráfico de gente” vai ser debatido em Foz

A gente fala de contrabando, tráfico de drogas, tráfico de armas. Mas existe um outro “contrabando” que dá muito lucro aos criminosos e que muita gente desconhece: o tráfico de pessoas.

No mundo, o tráfico humano rende nada menos que US$ 32 bilhões por ano, segundo a Organização Mundial do Trabalho. Mais de 30 mil pessoas são vítimas do tráfico.

No caso do Brasil, o tráfico tem duas mãos: daqui, saem brasileiros (especialmente brasileiras) para países da Europa, mas também para Argentina e Uruguai; da Bolívia e do Paraguai, principalmente, vêm as vítimas para “trabalhar” no Brasil.

As mulheres – e também crianças – são levadas a outros países para exploração sexual, que corresponde a quase 80% da motivação do tráfico humano. Os homens, para trabalho escravo ou forçado.

O crime cresce ano a ano. No Brasil, existem 241 rotas do tráfico nacional e internacional da exploração sexual de mulheres e adolescentes. Onde há mais pobreza, há mais vítimas.

O Paraná é rota, pelas fronteiras, e também vem aumentando o número de vítimas paranaenses.

Mas o Brasil endureceu o combate ao tráfico humano e já há muita gente especializada no assunto, na prevenção e na recuperação das vítimas.

Seminário internacional

E tráfico de pessoas é justamente o tema de um seminário internacional, em Foz do Iguaçu, nos dias 25 e 26 de julho, no Recanto Park Hotel.

O 5º Seminário Internacional da Tríplice Fronteira sobre Tráfico de Pessoas reunirá entidades, organizações não governamentais, poder público e sociedade civil organizada, e irá debater as políticas públicas locais para o enfrentamento do tráfico de pessoas e o acolhimento de estrangeiros em situação de risco social.

O principal objetivo é incentivar ações e políticas públicas comprometidas com o acolhimento deste público nos três países de fronteira: Brasil, Paraguai e Argentina.

Desde a sua primeira edição, o seminário tem colaborado com a verticalização de ações políticas e institucionais para sensibilizar as autoridades sobre o tráfico de pessoas na fronteira.

“O seminário fortalece as políticas públicas de atenção ao migrante, que o município já vem realizando, e também a articulação dessas políticas que precisam ser debatidas, especialmente por vivermos em uma região de fronteira. Lembrando que há poucos dias nós aprovamos um Protocolo de Assistência para migrantes e pessoas em situação de trafico humano”, explica o secretário de Assitência Social, Elias de Souza Oliveira.

Realização

O evento é coordenado pela Cáritas Diocesana de Foz do Iguaçu, entidade que atua na promoção e defesa dos direitos humanos, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social, Secretaria Municipal de Saúde, Secretaria Extraordinária de Direitos Humanos e Relações com a Comunidade, Gabinete de Gestão Integrada de Fronteira do Paraná (GGIfron), Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM), Unioeste, Unila, Idesf, Rede Proteger e Itaipu Binacional.

O evento deve reunir cerca de 400 pessoas. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo site: http://www.unioeste.br/sistemas.

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