Lugar de pet é dentro de casa

O assunto é controverso, mas evitar que cães e gatos acessem as ruas pode contribuir para a saúde deles.

Sesa esclarece sobre a raiva e protocolo em caso de acidente

Por Cris Loose, especial para o Não Viu?

O mês de julho foi escolhido pela Organização Mundial da Saúde para alertar a população sobre a importância da prevenção e do tratamento das zoonoses, doenças infecciosas transmitidas de animais para as pessoas. Uma delas é a raiva, causada por vírus presente na saliva e nas secreções do animal (mamífero) infectado.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Paraná apresenta uma situação epidemiológica favorável quanto à doença, sendo considerado como área controlada para raiva canina desde 2005, ano em que foi registrado o último caso desta variante no Paraná.

Foz não registra casos desde 2002, mas, mesmo assim, é preciso tomar certos cuidados.

Transmissão – De acordo com a veterinária do CCZ de Foz do Iguaçu, Luciana Chiyo, a transmissão ocorre por meio da saliva de um mamífero infectado, principalmente por mordida de animais. A vacinação maciça não é mais realizada, mas a responsabilidade pela saúde e pelo bem-estar do animal é do tutor, que deve manter o esquema de vacinação.

Os tutores precisam estar conscientes da necessidade de cuidar da saúde dos cães e dos gatos. O ideal é mantê-los fechados, em casa, já que na rua, além de estarem expostos aos riscos de atropelamento e de maus-tratos, por exemplo, eles também podem ser infectados com doenças”, disse a veterinária.

Morcegos – De acordo com o CCZ, no ano passado foram recolhidos aqui em Foz, 561 morcegos, dos quais 25 estavam com diagnóstico de raiva. No primeiro semestre deste ano, já foram recolhidos 268 morcegos, dos quais 22 deram positivo para a doença.

É um animal silvestre como qualquer outro que está coabitando nesse meio ambiente e eles acabam servindo de sentinelas da raiva”, explicou.

Os diagnósticos são feitos em Curitiba e assim que a raiva é confirmada, é disparada uma ação de bloqueio. De acordo com Luciana, uma equipe de agentes de endemias vai até o ponto onde o animal foi encontrado e faz uma investigação em um raio de 150 metros.

Esta ação é desenvolvida para identificar possíveis pessoas ou animais domésticos que tenham tido contato com o morcego, para registrar a situação e para repassar orientações aos moradores.

Além disso os profissionais do CCZ também desenvolvem atividades nas escolas e Unidades Básicas de Saúde da região para orientar profissionais, crianças e adolescentes sobre o risco da raiva.

O que fazer – Se você encontrar um morcego suspeito de raiva caído no chão ou voando em local baixo com trânsito de pessoas, é importante tomar medidas para proteger a sua saúde e a saúde de outras pessoas.

Evite qualquer contato físico com o morcego, mesmo que ele pareça estar morto. Se possível, use um balde para “tampar” o animal e entre em contato com a central do CCZ, por meio dos telefones 2105-8730 ou 9 9997-4448 para solicitar o recolhimento do morcego.

Cães e Gatos – Os animais de estimação têm instinto caçador e são muito curiosos. Geralmente, quando um morcego cai, os primeiros a encontra-lo são os pets, que podem ser infectados.

Alguns sintomas podem sinalizar a raiva no animal. Entre eles, a mudança repentina de comportamento, dificuldade para ingerir ou recusa de água, engasgos, salivação excessiva, paralisia de cabeça, pescoço ou qualquer membro, arrastar as pernas, se esconder, estar muito inquieto ou muito quieto.

Tratamento – Se um morador tiver contato com um morcego, é importante seguir algumas orientações para garantir a segurança e minimizar o risco de exposição à raiva. A primeira dica é lavar bem as mãos com sabão e água corrente e, em seguida, procurar a UPA do Jardim das Palmeiras.

Quando alguém é mordido por um animal infectado, os principais critérios para a definir como será o tratamento incluem fatores como a condição do animal no momento do acidente e a característica do acidente (leve ou grave).

Um dos fatores determinantes é a possibilidade de observação do animal durante 10 dias. Se em todo esse período ele permanecer saudável e não houver morte, a raiva é descartada e, consequentemente, não há risco de transmissão do vírus. Mas se o animal desaparecer, a profilaxia deve ser iniciada imediatamente.

A orientação é que as pessoas sempre procurem a UPA, onde os profissionais irão administrar o esquema profilático mais adequado.

A vacina antirrábica humana está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e é indicada para a prevenção da raiva em todas as pessoas que tiveram um acidente com um animal possivelmente contaminado. Se o paciente se enquadrar nos critérios para profilaxia, o município deverá agendar a vacinação.

Cris Loose Compartilha com informações da AEN e do CCZ

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